Índia suspende planos de privatização

O governo da Índia decidiu suspender todos os planos de privatização previstos até que estes sejam revisados, segundo a cadeia local de notícias NDTV.

"Várias autoridades locais e aliados da Aliança Unida Progressista (UPA) expressaram sua preocupação em relação aos processos de desinvestimento em algumas empresas do setor público", afirma um comunicado divulgado  pelo escritório do primeiro-ministro Manmohan Singh. Segundo a nota, "o primeiro-ministro decidiu suspender todas as decisões e propostas referentes aos planos de desinvestimento até que estas sejam revisadas mais adiante".

A decisão foi tomada depois que um dos principais aliados da UPA, o chefe do governo de Tamilnadu, M. Karunanidhi, do partido Dravida Munnettra Kazhagam (DMK), ameaçou deixar a aliança após o anúncio do governo central de pôr à venda 10% do capital da Neyveli Lignite Corporation (NLC), empresa de mineração com sede nesse Estado. O ministro de Comunicações e Tecnologias da Informação, Dayanidhi Maran, do DMK, afirmou que seu partido quer que o Governo volte atrás na privatização da NLC. "É certo que somos parte do Governo da UPA, mas queremos garantir a paz em Tamilnadu", disse Maran.

Karunanidhi qualificou o plano de desinvestimento da NLC como "uma vergonha" e assegurou que "se o governo central não está em uma posição na qual pode aceitar a reivindicação dos trabalhadores da NLC, então o DMK pensará em sua continuidade no governo". O DMK tem seis ministros no Gabinete liderado por Singh e 16 deputados na Câmara baixa. Os partidos da esquerda apóiam a decisão do DMK e asseguraram que sua posição fortalecerá os que desejam proteger o interesse público e das instituições. O líder do partido comunista, Sitaram Yechuri, negou, no entanto, que a situação provocará um "realinhamento de forças".
Com agências