Calderón nomeia chefes para transição; esquerda protesta

O candidato direitista à Presidência do México, Felipe Calderón, escolheu dois de seus colaboradores próximos para serem os encarregados da montagem da equipe de transição de governo, o que motivará mais protestos dos militantes da candidatura progressist

Calderón diz que venceu as eleições com uma pequena margem de votos. O candidato progressista não aceita o resultado. “Eu ganhei a eleição e o que vou provar é que recebi mais votos”, disse López Obrador. “Se eles ganharam, por que têm medo da recontagem? Na democracia, a regra de ouro é a transparência”, disse. Calderón, que foi cumprimentado por alguns governos de outras partes do mundo, apresentou Juan Camilo Mourino como coordenador da equipe de “transição” e anunciou que visitará várias regiões do país para agradecer pelo apoio recebido.



Mourino foi um dos dois chefes de campanha do direitista e era subsecretário de Energia quando o candidato ocupava o cargo de ministro do setor no atual governo do presidente Vicente Fox. A equipe de “transição” é a responsável por manter um contato próximo com o governo em final de mandato, preparando o processo de entrega e tomada da administração federal. Ele apresentou seu outro chefe de campanha, Josefina Vázquez Mota, como encarregada da “interlocução” com as demais forças políticas do país. Vázquez Mota foi secretária de Desenvolvimento Social no governo de Fox.


As forças progressistas estão promovendo uma passeata saiu de várias partes do país antes de se reunirem na principal praça da Cidade do México. Ali, no domingo, Obrador prevê realizar um grande comício, um ato semelhante ao ocorrido no fim de semana passada, quando mais de 100 mil pessoas se reuniram para exigir uma nova contagem urna por urna, voto por voto. Obrador apresentou na terça-feira mais vídeos para provar que houve um preenchimento de urnas logo depois das eleições e disse que até representantes de seu partido nos locais de votação haviam sido subornados para participar da fraude.


 


Advogados


 


Ele afirmou que chegará com seu movimento de resistência civil “até onde quisermos” e que a eleição poderia ser anulada se as irregularidades encontradas não permitirem ao Tribunal Eleitoral declará-la como sendo válida. “Se as anomalias que serão encontradas — e certamente serão encontradas — não permitirem considerar o pleito válido, o procedimento a ser adotado é o cancelamento da eleição, a nulidade da eleição”, disse. Antes do pleito, havia uma grande confiança no trabalho do Instituto Federal Eleitoral (IFE), em um país governado durante 71 anos — até 2000 — pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), acusado de manter-se no poder por meio de várias fraudes.


 


O Partido da Ação Nacional (PAN), de Calderón, mobilizou quase mil advogados para contestar as impugnações do esquerdista diante do Tribunal Federal Eleitoral (Trife) e defender o resultado do pleito. O secretário-geral adjunto do PAN, César Nava, afirmou que seu partido não seria contrário à reabertura dos pacotes de votos se essa for a decisão adotada pelo Trife, mas observou que não há “antecedentes” para uma medida do tipo no país. “Se o tribunal decidir adotar essa medida, é isso que se deve fazer. Não seríamos contrários a isso”, observou. O Trife afirmou na terça-feira que havia recebido um total de 355 “avisos de impugnação” do pleito presidencial. A maioria deles veio da coalizão de López Obrador (225). Outros 129 vieram do PAN e um, da aliança que deu apoio ao candidato Roberto Madrazo, do PRI.


 


Com agências