Chávez recomenda transição democrática para os EUA

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou que vai intensificar seu apoio a Cuba e sugeriu que o governo norte-americano prepare “um plano de transição para si mesmo, porque neste século acaba o império americano”.

Chávez respondeu assim ao anúncio de um plano norte-americano para a “transição democrática” em Cuba, que prevê “desestimular” outros países para que não obstruam “a vontade do povo cubano”, em referência à Venezuela. “Digo ao imperialismo que agora é que a Venezuela vai apoiar mais ainda a revolução cubana e o povo cubano. Não haverá império, por mais poderoso que seja, que nos desanime”, declarou Chávez num ato oficial transmitido ao vivo por rádio e televisão.

Para o presidente venezuelano, “o imperialismo não só ameaça Cuba” com seu “plano de transição”, mas também põe em risco a Venezuela quando “diz que vai desencorajar qualquer terceiro país que queira apoiar Cuba”. Segundo Chávez, o governo de George W. Bush divulgou na segunda-feira o plano de “transição” para Cuba porque “acredita que Fidel Castro vai morrer logo”. “Há pouco fui a Cuba e vi que ele está mais forte do que nunca: animado, trabalhando como um rapaz. Pode passar dos 100 anos de vida, Deus queira que assim seja”, afirmou Chávez.

Senhor perigo

Washington anunciou na segunda-feira mais fundos para “acelerar o fim da ditadura” e ofereceu “incentivos econômicos” a um imaginário “governo de transição”, num relatório sobre a ilha revolucionário. Chávez atacou o “império americano obsceno, imoral e genocida” e disse que, “em vez de estar pensando num plano de transição para Cuba”, deveria elaborar “um plano de transição para si mesmo, porque neste século se acaba o império americano”.

Ele recomendou a “Mr. Danger” (“senhor perigo”, como chama o presidente Bush) a leitura do livro “Apogeu e queda dos grandes impérios”, “para que se veja no espelho histórico do que foram os grandes impérios”. Caleb McCarry, coordenador da “Comissão de Assistência a uma Cuba Livre”, que redigiu o relatório americano, afirmou que “a Venezuela está oferecendo apoio à manutenção do regime e a uma sucessão dentro da ditadura em Cuba”.

Com agências