O Futebol na China e a Copa do Mundo

“Sempre que tocou-se no assunto China durante a Copa da Alemanha, muitos jornalistas, jogadores e torcedores, até mesmo o presidente da Federação Internacional de Futebol Associação (FIFA), Joseph Blatter, e o presidente do Comitê Organizador da Copa, Franz Beckenbauer, lamentavam a ausência chinesa na competição.

Isso pode parecer estranho, uma vez que o nível do futebol, especialmente o masculino, é, na realidade, um esporte não muito desenvolvido na China, apesar do país ser considerado — pelos chineses — terra natal da modalidade.

Mas a equipe chinesa já participou de Copa do Mundo. Conseguiu classificar-se, com dificuldades, para a Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coréia do Sul. Apesar disso, a seleção chinesa está ainda longe de ser uma equipe de nível para a Copa.

Sendo assim, por que a Copa do Mundo quer a participação da China?

O fascínio da Copa do Mundo é único. Durante as celebrações, todos estão atentos à televisão ou ao rádio, deixando suas emoções fluirem. Chorando, sorrindo. Em termos de popularidade e audiência, a Copa só perde para os Jogos Olímpicos.

Existem dois fatores que contribuem para o êxito da Copa do Mundo. O primeiro é o grande número de fãs do esporte. A Copa do Mundo une cidadãos de todo planeta, independentemente da nacionalidade, da cultura, ideologia ou potencial financeiro. O segundo fator é o sucesso do marketing comercial. O compeonato já foi celebrado 18 vezes, mostrando não se separar do forte suporte econômico.

Devido ao seu peso comercial, cada vez mais patrocinadores e mídias envolvem-se no evento. Com a Copa, este ano, a Alemanha espera ter atingido comercialmente 2,7 bilhões de euros, e a FIFA, 100 milhões. Se estes são dois fatores determinantes para o sucesso da Copa, a China pode ter muito a ver com ela.

O fato da China ser o país mais populoso do mundo também resulta em milhões de torcedores de futebol. Este é um mercado que a Copa do Mundo não pode ignorar. Mesmo sem ter participado dos jogos, a China enviou ao evento a maior equipe de jornalistas, além, é claro, dos muitos souvenirs “Made in China”, encontrados na Alemanha, terem gerado um grande interesse pelo país.

A Copa do Mundo sucede em seu marketing, mas também há outros eventos futebolísticos importantes realizados pela FIFA que não ficam para trás, tais como o campeonato juvenil e a copa do mundo de futebol feminino. Inclusive, a copa do mundo de futebol feminino vem sendo muito explorada e mostrando seu potencial.

A equipe de futebol feminino da China, por exemplo, é uma das mais fortes no mundo. A FIFA considera muito positiva a realização dessa modalidade em 2007 na China, e espera obter bons resultados no marketing do mercado de futebol feminino.

A FIFA disse que apoiará a China para que possa celebrar a Copa do Mundo em 2018. Um website alemão de notícias também revelou a existência de um informe confidencial que confirma o apoio de cinco maiores patrocinadores para a celebração da Copa do Mundo de 2014 na China. Para eles, o país asiático terá se transformado, antes de 2014, em uma das maiores potências econômicas do mundo com um enorme mercado de consumidores. Com a Copa do Mundo de futebol feminino em 2007 e os Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, ela não só terá as instalações esportivas para acolher a Copa do Mundo, como também as experiências em organizar grandes eventos esportivos. Antes de 2014, espera-se que o número de simpatizantes de futebol na China chegue a 300 milhões, número recente que abrange a Europa.

O futuro da Copa do Mundo e de compeonatos tais como o futebol feminino e juvenil, poderia beneficiar-se muito com o apoio do mercado chinês. Assim, não será surpresa se funcionários da FIFA e demais patrocinadores apoiarem a participação da China nas próximas Copa do Mundo.

Por parte dos torcedores chineses de futebol, estariam mais do que contentes se a China participasse do maior evento de futebolístico do mundo ou fosse sede de uma Copa. A China quer ter uma plataforma para poder mostrar ao mundo um verdadeiro país em desenvolvimento, através do qual atrairia a atenção do mundo, divulgando a cultura chinesa e possibilitando à nação mais oportunidades em busca do próprio desenvolvimento.