Presidente russo aponta atitudes colonialistas do Ocidente

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta quarta-feira nações ocidentais que acusam o país de não cumprir as mínimas exigências quanto aos direitos humanos no país de usar uma retórica colonialista.

“Se você olhar os jornais de cem anos, verá como, na época, os Estados coloniais justificavam suas políticas na África e na Ásia”, disse ele à TV francesa LCI. “Eles falavam de seu papel civilizatório, da missão do homem branco.”


“Se você trocar a palavra 'civilização' por 'democracia', encontra a mesma lógica, você pode ler as mesmas coisas na imprensa de hoje”, disse ele. Organizações não governamentais, algumas delas financiadas pelos EUA, vêm fazendo campanha para que as nações ocidentais levantem o tema durante o encontro do G8 neste final de semana, na Rússia.


Putin questionou como ele poderia ser rotulado de antidemocrático se foi eleito pelo povo russo. Ele disse que está disposto a escutar 'críticas constutivas', mas que não aceitaria “interferências em seus assuntos internos”.


Putin disse que as críticas, em especial do vice-presidente americano, Dick Cheney, que no início do ano havia acusado o governo atual de causar um retrocesso democrático no país, seriam ‘um tiro de caça para fora do alvo’, um gracejo do presidente russo a Cheneyu, que no início deste ano, durante uma caçada ilegal nos EUA, atingiu com um tiro um dos caçadores.


Putin também criticou Cheney por suas críticas à posição russa em relação ao fornecimento de energia à Europa. ” Não creio que sejam receios sinceros e, portanto, convincentes”, afirmou o líder russo em uma entrevista à cadeia americana NBC, relembrando que a George W. Bush, segundo sua própria declaração, não se preocupa com nenhuma “chantagem energética” ou eventuais cortes em relação ao fornecimento de hidrocarbonetos. “Em relação às nações européias, a Rússia cumpriu a totalidade de seus compromissos nestes últimos anos com a precisão de um relógio”, completou Putin.