Fernando Rodrigues: “2006 repete 1998”

O jornalista Fernando Rodrigues analisa em sua coluna de hoje na Folha de S. Paulo os últimos números apresentados pelo Datafolha sobre a sucessão presidencial. Segundo ele “o quadro sucessório, por óbvio, ainda está aberto, só que L

O Datafolha mostra Lula e Alckmin no mesmo lugar -oscilaram para baixo, mas dentro da margem de erro. O petista saiu de 46% para 44%. O tucano, de 29% para 28%. A novidade ficou com Heloísa Helena (PSOL), a única a registrar crescimento real, de 6% para 10%. Os nanicos não se mexeram e somam, juntos, só 3%.


 


Duas conclusões iniciais: 1) a pesquisa é boa para Lula, desalentadora para Alckmin e excelente para a senadora Heloísa Helena; e 2) há muita semelhança nos números entre a campanha reeleitoral de Lula e a de FHC em 1998.


 



No caso de Lula, os números são bons porque o petista se manteve onde estava e continua com chance de levar a eleição no primeiro turno, apesar de ser, de longe, o candidato mais atacado.


 



Já a situação de Alckmin é delicada. Seu partido, o PSDB, fez incontáveis comerciais em junho. O tucano está em campanha aberta e seu desempenho é sofrível.
Só para comparar, em 2002 o PPS usou estratégia similar para Ciro Gomes -e ele terminou julho com 32%. Alckmin é de uma agremiação muito maior, governou São Paulo, mas não consegue sequer repetir o desempenho do quase nanico Ciro Gomes há quatro anos.


 



Sobre Heloísa Helena, a dúvida é sobre qual será o seu teto. Com 10%, ela fará bonito. Mas não leva a eleição para o segundo turno.


 



No mais, a disputa de outubro, por enquanto, repete 1998. Naquele ano, FHC ganhou com 53% dos votos válidos (Lula hoje tem 52%). O petista à época ficou em segundo, com 32% (igual a Alckmin agora). E Ciro Gomes teve 11% (quase como os 12% de Heloísa Helena). Os nanicos marcaram 4,25%.


 



Resumo da ópera: o quadro sucessório, por óbvio, ainda está aberto, só que Lula continua sem grandes ameaças a seu projeto reeleitoral.


 


Fonte: Folha de S. Paulo