Governo FHC fez três quartos dos contratos com firma sanguessuga

O candidato presidencial geraldo Alckmin pode ter de morder a língua, depois de acusar o governo Luiz Inácio Lula da Silva de ser a “matriz” da máfia das ambulâncias, investigada pela CPI dos Sanguessugas. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26),

O gráfico ao lado resume os lúmeros levados à coletiva, pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage. Entre 2000 e 2004, a Planam, dempresa do capo mafioso Luiz Antonio Trevisan Vedoin, ganhou 891 licitações (num total de 3.048) para fornecimento de ambulâncias com recursos federais, a partir de emendas parlamentares aos orçamentos anuais da União. Todos mostram “fortíssimos indícios de fraudes”. Desse total, 74,7% licitações foram ganhas até 2002 (os números de 2004 ainda não estão todos processados).



A lista dos prefeitos envolvidos



O esquema de licitações fraudadas com a empresa de Vendoim envolve também uma conexão em prefeituras. Das administrações que se envolveram com a Planam, 128 têm prefeito do PSDB; 107 do PFL; 106 do PMDB; e 19 do PT. O jornal Valor Econômico  fez um cálculo da proporção entre o número de prefeitos eleitos em 2000 por cada partido e o número de envolvidos: em primeiro lugar figura o PDT (17%). Seguem-se o PPS (14%), PTB (13,6%), PSDB (12,9%), PT (10,9%), PFL (10,4%), PL (9,8%), PMDB (8,4%) e PP (5,9%).



Depois de apresentar os dados, Hage indagou — sem citar a cobertura que a grande mídia tem dado ao escândalo dos sanguessugas: “Por que o governo que estourou e investigou o esquema tem de ser posto na condição de réu? Não se trata de jogar os sanguessugas no colo do governo passado, mas de repelir o escamoteamento da verdade. A fonte da CGU não é A ou B nem quem está interessado em delação premiada. São dados objetivos. Desafio qualquer um a refutá-los”, disse o ministro-chefe da CGU.



A propósito: até abril de 2002, quando foi fechado o grosso dos contratos, o ministro da Saúde do governo Fernando Henrique era José Serra. Deixou o ministério para concorrer à Presidência da República pelo PSDB; hoje disputa pela mesma sigla o governo de São Paulo.



Com agências