Protesto contra Israel une jovens, movimentos sociais e árabes em Brasília

Jovens brasileiros, os movimentos sociais e a comunidade árabe no Distrito Federal – palestinos, libaneses e sírios – uniram-se em uma manifestação, na tarde desta quinta-feira (27), em frente à Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, para protestar

Os manifestantes também  distribuiram Declaração Pública ''Cesse imediatamente a agressão Israelense contra os povos Libanês e Palestino!, que será divulgada no Brasil e no mundo. No documento, a Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), a Coordenação dos Movimentos Sociais e a Comunidade Árabe no DF manifestam ''sua aversão e veemente condenação dos ataques de Israel contra Líbano e Palestina, causando centenas das mortes e feridos entre os povos Libanês e Palestino''.


 


Em frente à embaixada estadunidense, os manifestantes, portanto faixas e cartazes contra a guerra, também fizeram discursos em que a tônica foi a denúncia do uso da ''maquinaria da guerra de Israel – alicerçada pelos Estados Unidos e seus aliados – que está cometendo massacres contra o povo Libanês e Palestino, matando inocentes, destruindo suas sociedades e economias e devastando seus territórios''.


 


Segundo Paulo Vinicius, diretor de Relações Internacionais da União da Juventude Socialista (UJS) e membro da FMJD, a manifestação tem o objetivo de ''condenar as interferências estadunidenses nos assuntos internos do Líbano e suas tentativas de provocar instabilidade no país e na região para alvejar Síria, Palestina, Iraque e, indiretamente o Irã''. Ele cita a Declaração Pública para analisar  a política intervencionista dos Estados Unidos, que ''anseiam por mudar o mapa político e geográfico da região e levar adiante seu projeto imperialista de um “Grande Oriente Médio”.


 


No documento, os manifestantes destacam que ''os termos percorrido uma longa estrada de lutas encabeçadas pelo povo para ter democracias reais em muitos países, acreditamos que o único caminho para um processo de democratização deve ser o que venha do livre desejo dos povos nas suas lutas diárias, e não por qualquer intervenção imperialista desatada somente para explorar os povos e os recursos naturais da região''.


 


Alvos civis


 


Os representantes da comundiades árabe dão conta de que as últimas notícias vindas do Líbano são extremamente alarmantes. As tropas Israelenses têm destruído maciçamente a infraestrutura libanesa, atingindo o aeroporto, as pontes, as estações energéticas, os edifícios públicos e as propriedades privadas. Eles denunciam ainda bombardeios aos alvos civis, o que aterroriza a população de Beirute e de outras regiões no sul do país, fazendo vítimas, especialmente crianças.


 


Milhares de Libaneses e estrangeiros de diversas nacionalidades tiveram de fugir às pressas do país para protegerem-se dos bombardeios Israelenses.


 


Na declaração Pública, os manifestantes destacam que ''os ataques, lançados sob o pretexto da captura de soldados israelenses, e pretensamente visando apenas alvos militares, na verdade ocultam que os ataques de Israel foram muito além e as populações civis são as principais vítimas, entre os quais, vários brasileiros, gente de paz e inocente, assim como milhares de libaneses e palestinos''.


 


Em frente à embaixada dos Estados Unidos, os discursos se concentraram na resistênciar à agressão, defesa e preservação da independência, a soberania e a unidade territorial do Líbano.


 


''Expressamos nossa grande apreensão pelos contínuos crimes contra a Humanidade promovidos pelo terrorismo de estado e as forças de ocupação israelenses contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Margem Ocidental, com a destruição das infraestruturas civis e edifícios públicos, o aprisionamento de líderes e representantes Palestinos, incluindo membros do governo, o que reflete uma escalada perigosa, com uma agressividade surpreendente por parte de Israel'', diz ainda o documento, reforçado pelas falas dos manifestantes.


 


Denúncias e defesas


 


O texto, distribuído entre os manifestantes, denuncia ''as intenções imperialistas para o Oriente Médio. Está claro que tentam envolver a Síria na situação atual com o objetivo de enviar uma força militar internacional à região, abrindo passagem para a presença de tropas estadunidenses e britânicas em solo libanês''.


 


Também critica a ''a inexistência de uma clara condenação dos ataques israelenses por parte da ONU, particularmente pelo seu Conselho de Segurança'', alertando para ''a necessidade de uma verdadeira democratização das Nações Unidas, em que cumpra sua obrigação de procurar um equilíbrio entre as nações, assegurando deveres e direitos iguais e lutando pelo fortalecimento da Assembléia Geral''.


 


De Brasília
Márcia Xavier