Assassinos de Jean Charles voltam às ruas de Londres

A polícia metropolitana de Londres, a Scotland Yard, revelou nesta sexta-feira (28/8) que os dois policiais que assassinaram o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes na estação de Stockwell, na capital britânica, há um ano, foram liberados para re

Os dois policiais foram retirados do serviço urbano por terem sido alvo de investigação sobre o assassinato de Jean Charles. O eletricista foi erroneamente apontado pelo serviço secreto britânico como um “terrorista” e os policiais, vestidos à paisana, desferiram oito tiros — à queima roupa — contra o brasileiro, no momento em que ele entrou em um dos vagões do metrô londrino.


 


Segundo testemunhas que estavam no vagão, Jean Charles foi atirado ao chão, dominado pelos dois policias e em seguida assassinado, sem que pudesse sequer perguntar o que estava ocorrendo.


 


Impunidade britânica


 


No último dia 17 de julho, a Promotoria Pública Britânica determinou que nenhum dos envolvidos na morte de Menezes seria indiciado individualmente. “Seguindo a decisão da Promotoria Pública Britânica (…), e após a consideração de todas as informações disponíveis, a Polícia Metropolitana suspendeu as restrições colocadas sobre os dois policiais”, diz um comunicado da corporação.


 


A decisão causou revolta entre os familiares e amigos de Jean Charles. Os primos de Jean Charles que vivem em Londres se disseram “muito preocupados” com a decisão de permitir o retorno dos policiais às ruas. Na semana passada, familiares e amigos do eletricista realizaram uma vigília em Londres para marcar o aniversário de um ano de sua morte.


 


Investigação vazia


 


A morte de Jean Charles foi alvo de duas investigações. Além do inquérito na Promotoria Pública, o episódio também está sendo analisado pela Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês). O comunicado divulgado pela Scotland Yard diz que “o caso foi considerado de acordo com qualquer outro caso dessa natureza, e as decisões são tomadas caso a caso”.


 


A corporação, que não divulgou as identidades dos dois policiais, finaliza dizendo que “neste estágio seria inapropriado fazer outros comentários por causa da questão legal em andamento”.


 


Apesar de a Promotoria Pública ter decidido não punir nenhum policial individualmente, o órgão decidiu que a Polícia Metropolitana será processada por descumprir leis relacionadas a saúde e segurança.