EUA vetam condenação a Israel no Conselho de Segurança

Os Estados Unidos evitaram com um veto que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas condenasse, na noite de quarta-feira (26/7) o ataque israelense contra um posto de observação da ONU no Líbano. Durante o dia, os membros do CS foram obrig

Washington irritou os outros membros ao exigir que fosse retirado um trecho que condenava “qualquer ataque deliberado contra funcionários da ONU”. O Catar, único país árabe a integrar o CS, disse então que teria de consultar o seu governo, e as deliberações foram adiadas até a manhã desta quinta-feira. Para ser emitido, um comunicado precisa da aprovação de todos os 15 membros do CS.


O embaixador chinês na ONU, Wang Guangya, defende uma expressiva condenação a Israel, após um ataque aéreo israelense injustificado ter destruído um posto da ONU no sul do Líbano na terça-feira, matando soldados de manutenção de paz da Áustria, Canadá, China e Finlândia. O ataque levou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a exigir que Israel investigue o “ataque aparentemente deliberado”, de acordo com suas declarações, contra o posto de observação da ONU.


O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que sentia “um profundo pesar” pelas mortes e aceitou investigar o bombardeio, mas disse estar “chocado” com a sugestão de que ação fora proposital. Os militares da missão da ONU no Líbano asseguram que comunicaram Israel seguidas vezes de que estavam sendo atacados. O Exército de Israel não se pronunciou a respeito.


Wang disse que era importante preservar a união do CS, mas acrescentou que o Conselho precisa mostrar preocupação com a segurança das forças de manutenção de paz da ONU. “Creio que todos os membros vão refletir sobre quais lições, se há alguma, podem ser aprendidas com este episódio”, declarou o embaixador chinês.


A versão inicial do documento redigida pela China pedia o fim imediato do conflito no Líbano e fazia referência ao ataque deliberado de Israel às tropas da ONU. Após os protestos do embaixador americano, John Bolton, Wang cedeu e concordou em retirar as duas frases logo no início das discussões.


Horas mais tarde, a enviada norte-americana Molly Phee, substituindo Bolton nas reuniões, disse que os EUA exigiam que fosse apagada qualquer condenação do CS que mencionsasse “ataque deliberado contra funcionários da ONU”.