Líder do Hezbolá conclama libaneses à resistência

Saíd Hassan Nasralá, líder do Hezbolá, divulgou mensagem, na última semana, convocando os libaneses às armas e à reagir à agressão israelense contra o Líbano. O comunicado agradece aos libaneses que lutaram na resistência contra a ocupação do país pelo

“À nação, ao povo do Líbano, aos lutadores da Resistência, aos sionistas e aos líderes árabes:


 


Nesta mensagem que envio a vocês, apos a operação “Promessa Verdadeira”, gostaria de dirigir umas palavras ao povo do Líbano, aos guerrilheiros da resistência, umas palavras aos sionistas, e outras aos dirigentes do mundo árabe. Não penso em me dirigir à comunidade internacional porque nunca pensei que tal coisa existisse, como muita gente apregoa em nossa nação.


 


Antes de tudo quero dirigir-me ao povo do Líbano: querido povo que suportou abraçar a causa da resistência, povo a cujas graças a resistência foi vitoriosa, glorioso povo graças ao qual obtivemos nossa grande vitória em 25 de maio de 2000. Foi esse povo que deu os guerreiros, que obtiveram a primeira vitória na história da batalha dos árabes contra o inimigo israelense, e isso apesar do fato das forças serem desiguais, apesar do fato de que a maioria dos nossos irmãos árabes nos abandonaram, o mesmo que a maioria de nossos irmãos muçulmanos. Apesar do silêncio do mundo inteiro, apesar de tudo isso, esse povo foi capaz de produzir o milagre de uma vitória que deixou o mundo estupefato e humilhou os sionistas.


 


Esses sionistas vêm este povo de um modo especial, singular, porque foi possível, na história da luta contra eles, uma vitória especial e singular. A batalha já não é mais hoje sobre prisioneiros, nem sobre troca de prisioneiros. Pode-se dizer que foram capturados em qualquer lugar, em qualquer parte do mundo, por qualquer exército ou estado que tenha fronteiras e leis. O que tem lugar, hoje, não é uma resposta à captura de seus soldados; é um autêntico ajuste de contas com as pessoas, com o povo, com a resistência, com o Estado do Líbano, com o exército, com as forças políticas, com as regiões, como os povos e com as família que souberam infligir semelhante derrota de envergadura histórica a essa entidade agressora, usurpadora, que nunca aceitou sua derrota.


 


Hoje, portanto, esta é uma guerra total que o sionismo conduz para apagar sua derrota no Líbano, com seu povo, seu exército, com a resistência, em vergonha e em represália pela vitória que obtivemos em 25 de maio de 2000.


 


Querido, nobre, crente (combatente) e inquebrantável povo, sei que a maioria esmagadora de vocês, em suas mentes, seus corações, em suas vontades, em sua cultura, em seus pensamentos, em seu amor, em sua paixão e em seu sacrifício é um povo de nobreza, de dignidade, de honra, de distinção e de orgulho, não um povo de servilismo, de submissão e de rendição.Digo a todos que nesta batalha confrontamos duas escolhas. E quando digo “nós”, não me refiro somente ao Hezbolá e à resistência. Mas também me refiro a todo o povo do Líbano, a sua gente, a seu exército, a sua resistência, a seu poder político. Nos enfrentamos, lhes dizia, com duas escolhas. Ou nos submetemos por completo às condições que nos quer impor o inimigo sionista, apoiados pelos EUA e, perdoem-me por dizer, os árabes. Isto significará que o Líbano todo cairá, por um longo tempo, sob o domínio israelense. Ou então permaneceremos inquebrantáveis. Essa e a outra escolha, perseverar, perseverar e confrontar.


 


Durante a campanha “Vinhas da Ira”, de 1996, ou do acerto de contas de 1993, no começo eles dominavam, levavam vantagem, nossa situação era muito pior. Mas hoje a situação é diferente. Creiam-me, estou convencido de que hoje a situação é diferente. Tudo o que precisamos é perseverar, permanecer inquebrantáveis, confrontá-los unidos e sei e aposto que a maioria do nosso povo é um povo de constância, de firmeza, que acredita, capaz de sacrifícios, um povo que não precisa que lhe infundam ânimo. Que seja no modo de completar o pensamento, e afirmar a escolha e ser claro no significado do que estamos dizendo.


 


Passo agora a dirigir-me aos lutadores da resistência e meus queridos e fiéis irmãos: sobre vocês estão as esperanças de cada libanês, de cada palestino, de cada árabe, de cada muçulmano, de cada pessoa livre e decente deste mundo, de cada oprimido, de cada torturado, de cada vítima de uma injsutiça, dos amantes da constância, da coragem, da dignidade, do valor e da nobreza. Qualidades que se encarnam todas juntas mediante sua presença no campo de batalha, na luta com o inimigo.


 


Aos sionistas eu lhes digo, aos povos da entidade sionista, nesta hora, quero dizer-lhes que logo descobrirão que tolos e estúpidos que são os novos dirigentes, seus novos líderes. Não sabem como avaliar essa realidade. Não têm experiencia nesta área. Vocês, sionistas, dizem que nas pesquisas de opinião que acreditam mais em mim, mais que em seus próprios oficiais. Sendo assim, peço que me escutem bem e acreditem em mim. Não importa o ataque que fizerem a Beirute: nós insistiremos. Não importam os ataques a várias cidades, aldeias, ruas e lares por todo o Líbano, não há diferença para nós entre os subúrbios ao sul de Beirute, à cidade de Beirute, ou qualquer cidade no sul do Líbano, no vale do Bekaa, no norte, no monte Líbano, ou em qualquer ponto que seja do Líbano.


 


A equação mudou. Não direi por hoje que, se vocês golpeiam Beirute, nós golpearemos Haifa. Não direi que, se vocês bombardeiam os subúrbios do sul do Líbano, nós continuaremos a golpear Haifa. Vocês queriam livrar-se dessa equação, portanto agora nós e vocês nos livramos realmente dela. Vocês querem guerra aberta, e estamos rumando para uma guerra aberta. Estamos prontos para ela, uma guerra em todos os níveis. Em Haifa e, acreditem, mais além de Haifa e mais além de mais além de Haifa. Não seremos somente nós a pagar o preço. Não serão somente nossas casas que serão destruídas. Não serão somente nossas crianças que serão assassinadas. Não será mais somente nossa gente que ficará desabrigada. Essa época pertence ao passado. Isso foi assim antes de 1982 e antes de 2000. Esses tempos acabaram. Lhes prometo que esse tempo acabou. Portanto, vocês têm de suportar toda a responsabilidade do que seu governo fez. Vocês estão lutando com os filhos de Maomé, de Ali, de al-Hassan, de al-Hussayn, da família do profeta, dos companheiros do profeta.


 


Vocês estão lutando contra uma gente que tem uma fé como ninguém mais possui em toda a face da Terra. Vocês escolheram fazer uma guerra aberta contra uma gente que tem orgulho de sua história, de sua civilização, de sua cultura, mas que também possui poder material, habilidades, cientistas, conhecimento, calma, imaginação, determinação, constância e coragem. Nos próximos dias, a coisa será entre vocês e nós, Deus quer assim.


 


Aos dirigentes árabes: não quero perguntar-lhes acerca de sua história. Só queria pronunciar umas poucas palavras. Nós somos aventureiros. Sim, no Hezbolá existe aventureiros. Mas somos assim desde 1982. Mas a nosso país só trouxemos vitória, liberdade, libertação, dignidade, honra e orgulho. Esta é nossa história. Esta é nossa experiência. Esta é nossa aventura. Em 1982 vocês e o mundo diziam que nós eramos loucos. Mas provamos que somos racionais como os demais. Assim, quem eram os loucos? Há algo mais e não quero entrar em discussão com ninguém. Assim, direi somente que vocês apostaram contra sua própria razão, e nós apostaremos a nossa aventura com Deus como nosso apoio e benfeitor. Não contamos com vocês nem um só dia (nunca esperamos contar com vocês um só dia). Temos confiança em Deus, em nossa gente, em nossos corações, em nossas mãos e em nossos rapazes. Nós repetiremos o que fizemos e, com a ajuda de Deus, obteremos a vitória. As surpresas que lhes prometemos já estão acontecendo. Agora mesmo, na costa marítima diante de Beirute, um barco de guerra israelense que atacou nossa infraestrutura, que destruiu nossos lares, agora pode ser vito queimando, incendiado. Ele afundará e com ele irão dezenas de militares sionistas. Esse é o começo. Teremos muito mais a dizer antes que isso termine. Que a paz esteja convosco e graças a Deus.


 


Saíd Hassan Nasralá, Secretário-geral do Hezbolá, à nação, ao povo do Líbano, aos guerrilheiros da resistência, aos sionistas, aos líderes árabes.


 


Beirute, julho de 2006