Ataques israelenses no Líbano já mataram 177 crianças

Pelo menos 177 crianças morreram no Líbano devido aos ataques israelenses, e a população infantil constitui uma terceira parte dos 3 mil feridos ocasionados pelos enfrentamentos, segundo números das Nações Unidas.

“Os ataques devem ter fim”, assinalou em comunicado Radhika Coomaraswamy, representante especial da ONU para questões relacionadas à infância, que condenou duramente os ataques contra as crianças, desde o início do conflito no Líbano, em 12 de julho.

 

O fim dos ataques daria “oportunidade a todos os envolvidos de refletirem sobre o impacto da guerra sobre as crianças, e proporcionaria o tempo necessário para a formulação de um marco político que permita garantir uma paz permanente”.

 

Segundo a ONU, estima-se que pelo menos 177 crianças tenham morrido no Líbano devido aos ataques israelenses. Coomaraswamy pediu aos grupos envolvidos no conflito que cumpram a resolução 1612, adotada pelo Conselho de Segurança em 2005, pela qual foi criado o sistema de controle e compilação de informações com o objetivo de frear os abusos e violações dos quais são vítimas as crianças em situações de conflitos armados.

 

Números do Fundo para a Infância (Unicef) mostram também que um terço dos 3 mil feridos no conflito do Líbano são crianças, que também representam 45% das 800 mil pessoas deslocadas desde o início dos conflitos.

 

A representante da ONU pediu pelo cumprimento da resolução 1539, que pede que não sejam atacados escolas e hospitais, e se permita o acesso de crianças à ajuda humanitária.

 

“Não podemos retroceder nos acordos alcançados sobre a proteção internacional à infância. Várias vezes, o mundo se uniu para proteger as crianças. Não podemos fracassar”, afirmou.

 

Coomaraswamy indicou que a Unicef e outras agências da ONU estão supervisionando possíveis violações ao direito internacional no Líbano e em Israel, a fim de elaborar um relatório que será apresentado ao Conselho de Segurança.

 

“Os violadores podem enfrentar medidas punitivas se continuarem desafiando as resoluções do Conselho”, afirmou.

 

Mais de 600 pessoas morreram no Líbano desde que teve início, há três semanas, a ofensiva militar de Israel após a captura, no último dia 12, de dois soldados israelenses pela milícia xiita libanesa Hisbolá.

 

Fonte: EFE