Líder do Hezbolá expõe ignorância de Israel ao escolher ''alvos''

O líder do Partido de Deus do Líbano — o Hezbolá —, o xeque Hassan Nasralá, fez na quinta-feira (3/8) um pronunciamento que foi transmitido pela televisão da organização, a al-Manar, para todo o Líbano. No discurso, Nasralá aponta, com sarcasmo, a ignorân

Utilizando um estilo considerado ''sarcástico'' pela mídia árabe, Nasralá disse que ele tinha de admitir que Israel havia obtido duas ''grandes vitórias''. ''Primeiro, eles foram capazes de matar dezenas de civis em Cana, a maioria deles composta por mulheres e crianças'', comentou.


 


Nasralá afirmou em seguida que o ataque comprova a falta de qualidade da espionagem israelense. Ele questionou a explicação dada pelo governo hebraico, que havia sido um erro o ataque, perguntando se os outros civis mortos também não mereciam a mesma ''desculpa''.


 


Estúpidos e errados


 


A primeira ''vitória'', segundo Nasralá, foi que o ataque a civis em Cana aumentou a moral dos combatentes do Hezbolá, que viram pela televisão árabe e israelense suas famílias serem massacradas por aviões israelenses. ''O que os israelenses não consideram é que seus crimes de guerra contra civis aumentam a determinação da resistência para derrotá-los'', considerou.


 


A segunda ''vitória'' foi o ataque aéreo e terrestre a um hospital do Hezbolá em Baalbeck, atendendo a outra informação errada da inteligência, que apontava o Hospital Dar el-Hikmah como um ''centro de comando e controle'' do Hezbolá. ''Eles foram estúpidos e estavam errados. O hospital estava vazio porque o Hezbolá esperava tal ataque contra as suas instalações'', agregou.


 


Para aumentar ainda mais sua estupidez, observou ainda Nasralá, Israel agiu na região com base em outra informação da ''inteligência''. ''As tropas para lá deslocadas, de helicóptero, atacaram a residência de um idoso, chamado Hassan Nassrulá''. Seqüestraram e levaram o idoso e outros membros de sua família como reféns, além também de terem capturado um adolescente que também chamava-se Hassan Nassrulá.


 


''O ataque israelense é um exemplo perfeito sobre o quanto os israelenses são ignorantes, a ponto de seqüestrarem um homem e outros membros de sua família apenas porque eles possuem um nome similar ao do líder do Hezbolá'', ironizou o líder xiita.


 


Papel de Olmert


 


Para Nasralá, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, sobre de um ''complexo de inferioridade'', porque ele não é um general, como seu mentor Ariel Sharon. Ele queria provar às pessoas que tem as mesmas credenciais de ''matador de árabes e destruidor de cidades'' como Sharon, ao contrário de tentar negociar uma troca de prisioneiros, justamente como o seu mentor fizera no passado.


 


Nasralá também observou que Olmert, Peres e o general Halutz mentiram ao povo israelense e continuam a mentir. ''Após 23 dias de agressão ao Líbano, eles não conseguiram libertar os dois soldados aprisionados e também não conseguiram parar os ataques do Hezbolá com mísseis, a despeito de todo o poder que sua máquina de guerra possui.


 


Nasralá observou também que não haverá o retorno dos prisioneiros israelenses nem o fim dos ataques com mísseis sem um cessar-fogo mútuo e com a abertura de negociações.