Primeiro-ministro palestino faz alerta sobre  futuro da Autoridade Palestina

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, um dos líderes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), reuniu hoje o seu gabinete para discutir o futuro da Autoridade Nacional Palestina, que corre sérios riscos de existência após o seqüestro de vá

“A Autoridade Nacional Palestina pode continuar funcionando sob ocupação, em meio aos seqüestros e aos assassinatos?”, perguntou Haniyeh a parlamentares na Cisjordânia, por meio de uma videoconferência realizada a partir da Faixa de Gaza.


 


“Todas as elites políticas, a Presidência, as organizações e o governo estão convidados a discutir o futuro da ANP depois desse seqüestro”, disse o premiê, referindo-se à abdução, na semana passada, do presidente do Parlamento palestino, Aziz Dweik, membro do Hamas.


 


Israel adotou a tática de prender indiscriminadamente parlamentares e membros do governo da ANP, tendo seqüestrado até o momento mais de 20 parlamentares e oito ministros de governo. O pretexto alardeado por Israel para abrir uma nova agressão contra o povo palestino foi o aprisionamento de um soldado israelense em uma operação realizada em junho, a partir daí Israel assassinou durante a agressão 163 palestinos.


 


O presidente Mahmud Abbas tem acusado repetidamente Israel de minar a ANP, que representa 3,9 milhões de palestinos e foi criada com o objetivo de estabelecer condições para a formação de um Estado palestino.


 


A eleição do Movimento Resistência Islâmica, poor meio do voto democrático em janeiro último, provocou a ira de Israel e Estados Unidos, que procuram desde então sufocar a administração palestina, retirando, proibindo e impedindo a continuidade do envio das verbas de auxílio que a comunidade internacional destinava à ANP.


 


As declarações de Haniyeh contaram com o apoio de alguns dos adversários políticos do Hamas. “É nosso direito questionar os benefícios da continuidade da Autoridade Palestina”, afirmou Salam Fayyad, um parlamentar independente e ex-ministro das Finanças. “A continuidade da Autoridade Palestina eximirá Israel de suas responsabilidades na qualidade de força de ocupação.”


 


Várias autoridades da Fatá sugeriram, em março, que Abbas renunciasse, dissolvesse a Autoridade Palestina e devolvesse para Israel a responsabilidade sobre os territórios ocupados. A atitude seria uma forma de protesto contra as ações unilaterais adotadas pelo Estado terrorista israelense.