IBGE revisa para cima a safra agrícola, que deve crescer 4,9%

O sétimo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou, nesta quinta-feira (10), que a safra brasileira de 2006 será de 118,094 milhões de toneladas. O número é 4,90% superior ao da safra

Em 2005 foram colhidas 117,9 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. Foi uma retração sensível em relação a 2004, atribuida a uma conjunção de fatores como perdas de safra, elevação da oferta internacional de produtos agrícolas e câmbio desfavorável às exportações. Os levantamentos anteriores também vinham revisando para menos o volume a ser colhido. O de hoje reverteu a tendência.



Os números por produto e região



Entre os 25 produtos agrícolas investigados pelo levantamento, 15 apresentam estimativas mais altas na safra 2006 em relação a 2005: amendoim em casca 2ª safra (4,08%), aveia em grão (0,44%), batata-inglesa 2ª safra (8,99%), batata-inglesa 3ª safra (1,53%), café em grão (18,83%), cana-de-açúcar (7,65%), cebola (4,64%), feijão em grão 1ª safra (10,87%), feijão em grão 2ª safra (32,75%), laranja (0,02%), mandioca (7,43%), milho em grão 1ª safra (16,64%), milho em grão 2ª safra (30,11%), soja em grão (2,85%) e sorgo em grão (0,13%).



O milho, apesar do grande avanço previsto na produção, enfrenta dificuldades de estocagem, pois a soja ainda se encontra armazenada, à espera de melhores cotações.
Houve quedas nas estimativas de algodão herbáceo em caroço (-23,19%), amendoim em casca 1ª safra (-12,74%), arroz em casca (-12,44%), batata-inglesa 1ª safra (-7,40%), cacau em amêndoa (-12,28%), cevada em grão (-14,79%), feijão em grão 3ª safra (-7,96%), mamona (-32,64%), trigo em grão (-22,87%) e triticale em grão (-7,12%).



A produção do trigo, principal produto de inverno, deverá atingir 3.592.839 t, com significativa queda (22,87%) em relação a 2005. Isso se deve à redução (-25,10%) da área plantada em todos os estados produtores, ocasionada pela baixa cotação do produto no mercado interno e pela dificuldade de comercialização nas últimas safras. Além disso, a descapitalização e a inadimplência dos produtores resultaram numa safra com baixo nível tecnológico, o que poderá comprometer o rendimento médio.



Regionalmente, a produção ficará assim dividida: Sul, com 49,664 milhões de toneladas e 42,05% de participação na produção nacional; Centro-Oeste, com 38,954 milhões de toneladas e 32,99%; Sudeste, com 15,984 milhões de toneladas e 13,54%; Nordeste, com 10,050 milhões de toneladas e 8,51%; e Norte, com 3,442 milhões de toneladas e 2,91%.



Com informações do IBGE