Nobel de Literatura admite ter sido da SS Nazista

O escritor alemão Guenter Grass, vencedor do Prêmio Nobel em 1999, admitiu pela primeira vez ter servido na Waffen-SS, a tropa de elite do regime nazista.

Em entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine, Grass, de 78 anos, contou que foi voluntário para os serviços submarinos, já no final da Segunda Guerra Mundial. Em vez disso, foi convocado para servir à SS em Dresden.


O autor de “O Tambor”, militante do Partido Social-Democrata alemão (SPD), disse que seu segredo de guerra estava pesando na sua consciência e foi uma das razões para ele escrever um livro de memórias sobre aquele tempo, a ser lançado em setembro.



“Meu silêncio ao longo desses anos é uma das razões pelas quais escrevi esse livro, e finalmente saiu”, disse ele ao jornal, que publica a entrevista no sábado.



SS



A poderosa SS teve papel importante no Holocausto, pois criou e operou os campos de extermínio onde milhões de pessoas morreram. Ela chegou a ter 38 divisões de combates, com quase um milhão de homens, e foi condenada como parte de uma organização criminal no tribunal de Nuremberg, após a guerra.



O escritor foi ferido em 1945 e enviado a um campo de prisioneiros dos EUA. Mais tarde, tornou-se um influente pacifista. Ele disse que ser voluntário do regime nazista era uma forma de romper com sua família e com seu lar.



Grass ganhou o Nobel de Literatura em 1999 e é considerado parte do movimento artístico alemão chamado “Vergangenheitsbewaeltigung” (“compreensão do passado”). Ele se opôs à reunificação alemã, em 1990, por ver o risco de que o país voltasse a ser belicista como no passado.