Uruguai busca acordos comerciais com Índia e China
O governo do Uruguai, que negocia um acordo comercial bilateral com os EUA (em desacordo às regras do Mercosul), busca agora negociar acordos comerciais com China e Índia, disse o ministro da Economia do país, Danilo Astori, ao diário uruguaio El Obse
Publicado 15/08/2006 10:54
“Estamos pensando nos EUA, mas também na China”, disse Astori ao diário. “Já estamos tratando das negociações para um acordo bilateral importante com a China, quem sabe um TLC [Tratado de Livre Comércio] com esse país.”
“[Com a Índia] estamos avançando rapidamente em um tratado de proteção de investimentos, que é a ante-sala de um acordo comercial amplo”, acrescentou o ministro.
Sobre as negociações com os EUA, Astori disse que nessa semana os dois países entram “em um terreno que, tecnicamente, podemos chamar de negociação”. Nos dias 2 e 3 de outubro deve se reunir em Montevidéu a Comissão Bilateral de Comércio e Investimentos, com membros dos dois países.
Até lá, Astori disse que já deverá haver uma definição do formato do acordo. Ele destacou, no entanto, que é preciso ter cuidado principalmente nos setores de bens, serviços e compras governamentais. Sobre a questão dos direito de propriedade intelectual, Astori disse que é preciso cuidar da indústria farmacêutica local, e lembrou que o país já conta com uma lei de patentes “muito boa, porque foi feita precisamente para defender” o setor farmacêutico uruguaio.
Diversificação de mercados
Em maio, deste ano, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, foi aos EUA negociar com o presidente norte-americano, George W. Bush, uma ampliação das relações comerciais entre os dois países. Ele afirmou à época que trabalha para melhorar o Mercosul, “mas que paralelamente defende a diversificação de seus mercados”.
Na 30ª Cúpula do Mercosul realizada no mês passado em Córdoba, na Argentina, o Uruguai e Paraguai deixaram claro que se esgota o tempo para atender suas demandas e garantir a permanência deles no bloco.
O Brasil não rejeita categoricamente a iniciativa do Uruguai, de buscar acordos bilaterais, desde que isso não comprometa o respeito à Tarifa Externa Comum, um dos eixos centrais do Mercosul.