Parabólica atrapalha campanha mineira

O investimento que os candidatos fazem e a preocupação com cada detalhe nas peças publicitárias que vão ao ar deixam claro: o horário eleitoral gratuito é um dos principais ingredientes de uma campanha eleitoral. É através dele que muitos eleitores con


    Muita gente reclama quando o programa entra no ar. Atrasa a novela, antecipa o telejornal, tira do ar o programa preferido. Mas para muita gente em cidades que estão nas extremidades do Estado de Minas Gerais, o grande problema é exatamente o contrário: a falta do horário eleitoral.


    Enquanto alguns não recebem o sinal que apresenta os candidatos mineiros, outros recebem junto o de outros Estados, nas antenas parabólicas, por exemplo. De acordo com a Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), o eleitor não vai ficar sem horário eleitoral em Minas Gerais.


    Mas nem sempre a qualidade de imagem e som está permitindo que o eleitor conheça os candidatos do Estado. Além disso, as confusões em relação à propaganda de outros Estados podem ser inevitáveis.


Inaudível


    Segundo a administradora de empresas Mona Line Póvoa, de Guaranésia, no Sudeste de Minas, na divisa com o Estado de São Paulo, a TV local transmite o horário eleitoral de Minas Gerais na maioria dos canais, mas a qualidade de imagem é muito ruim.


    “Tentei ver, outro dia, o horário eleitoral para conhecer os candidatos a deputado federal e estadual da região e não consegui. A imagem até estava boa, mas o som estava inaudível”, explicou Mona Line, que, como boa parte dos mineiros, também possui antena parabólica em sua casa.


    Para essas pessoas, é o único jeito de ter uma boa imagem na televisão. Neste caso, os horários eleitorais exibidos são das mais diversas regiões.


Amazonas


    Ela explica que a TVE exibe a propaganda do Rio de Janeiro, enquanto Band e SBT dão espaço aos programas dos candidatos de São Paulo. Até mesmo a propaganda eleitoral do Amazonas é exibida, na Amazon Sat, e ela garante: com qualidade de imagem muito melhor que a mineira, que só está presente na TV aberta.


    Mona Line acha que isso ajuda a fazer com que as pessoas se motivem menos com as eleições. Ela estima que, na cidade onde mora, cerca de 70% das casas possuem parabólicas. Com isso, muita gente não está assistindo aos programas.


    “As pessoas votam nos candidatos que estão vindo à cidade, pelas propagandas que eles fazem nas ruas, pelos carros-volantes (carros de som) e pela campanha de porta em porta. Aqui tem muito disso”, explica a moradora de Guaranésia, que fica a 150 quilômetros de Ribeirão Preto, em São Paulo


 


Fonte: Jornal O Tempo