PCdoB decide pelo apoio a Eduardo Braga

A decisão foi tomada em uma reunião da direção estadual que analisou o avanço do quadro político local. “O momento é de avançarmos com as forças progressistas” afirma o dirigente estadual Antonio Levino.


            Com a avaliação de que outro caminho seria o retrocesso político no Amazonas, o PCdoB indicou aos seus militantes, apoiadores e eleitores o voto na candidatura à reeleição do governador Eduardo Braga (PMDB). Levando em considerações as últimas pesquisas de intenções de votos ao governo, que apontam a vitória de Braga no primeiro turno, a decisão dos comunistas pode contribuir para consolidar essa tendência.


            Na última pesquisa Ibope/TV Amazonas, Braga lidera as intenções de voto com 47%, seguido de Amazonino Mendes (PFL) com 36%, Artur Virgílio (PSDB) tem 3% e Paulo De´Carli (PDT) 1%, brancos e nulos somam 3%. Ou seja, a soma das intenções de voto em Braga é maior do que as dos seus adversários, o que garante a decisão no primeiro turno.


            O anuncio foi feito numa coletiva à imprensa nesta sexta-feira, no hotel Da Vinci, com as presenças do presidente nacional do partido, Renato Rabelo, do dirigente estadual, Antonio Levino, de Eduardo Braga, do vice Omar Aziz, da deputada federal Vanessa Grazziotin, candidata à reeleição, do deputado estadual Eron Bezerra e da vereadora Lucia Antony, os dois últimos disputam vagas na Assembléia Legislativa.


            Sob aplausos da militância que lotou o auditório do hotel, Renato Rabelo, diz que fez questão de participar do evento porque considera bastante importante o apoio do partido a Braga. “Não podemos subestimar o apoio que Braga dá a reeleição do presidente Lula, uma atitude corajosa que se junta a um conjunto de forças que não quer só vencer as eleições, mas dar governabilidade ao País”, disse.


            Segundo o dirigente estadual Antonio Levino, a decisão foi tomada em uma reunião da direção estadual que analisou o avanço do quadro político local e, por sua vez, o partido em nível nacional já havia vetado alianças com o PFL e PSDB. “Ninguém merece o atraso no nosso Estado, admitimos as nossas divergências, mas o momento é de avançarmos com as forças progressistas. A decisão não é pelo menos pior, mas para o melhor para o Amazonas”, discursou Levino.


            Ao agradecer e conclamar a militância a se engajar na campanha nos últimos 30 dias, Braga disse que um partido progressista como o PCdoB não poderia “ficar de fora”, como força política que exerce influência no eleitorado, do jogo sucessório ao governo.


            Ele também aproveitou para fazer um pequeno balanço da sua administração. Disse que apenas a prorrogação da Zona Franca de Manaus (ZFM) na Constituinte de 1988 não foi suficiente para promover o desenvolvimento no Estado. Segundo ele, foi preciso fazer reformas estruturante para adensar a cadeia produtiva, a exemplo da lei de incentivos que atraiu para o parque local indústrias de componentes. “Enquanto o Brasil cresce na média de 3% a 4%, o Amazonas tem média que vai de 9% até 12%. Saímos de 50 mil empregos para mais 100 mil”, destacou. Também elogiou o desempenho do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), na batalha pela prorrogação da ZFM de 2013 para 2023.


            Questionado se não estava constrangido pela decisão, uma vez que fez oposição a Braga na Assembléia Legislativa, o deputado Eron Bezerra disse que as divergências com o governador sempre foram “no campo das idéias e nunca pessoal”. Lembrou também que houve convergências em questões importantes para o Estado como a defesa da Zona Franca, do gasoduto Coari-Manaus e do Porto de Manaus. “Da minha parte e dos militantes do partido não há nenhum tipo de constrangimento”, declarou.


 


De Manaus,


Iram Alfaia.