Metalúrgicos: “Esperamos que a Volks negocie para valer”

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou com prudência a vitória desta segunda-feira (4), quando a Volkswagen assumiu o compromisso de suspender as demissões e não fechar sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP). “Esperamos que desta vez a Volks neg

Feijóo comentou que as negociações só resultarão num acordo caso a montadora modifique sua posição. “Precisamos encontrar saídas que não sejam as demissões e nem a perda de direitos. As negociações devem se estender até terça-feira da próxima semana, quando nova assembléia será realizada. Ou aprovamos um acordo com a Volks ou vamos definir as ações de uma nova jornada de luta”, comentou Feijóo.



Segundo a Tribuna Metalúrgica, jornal diário do Sindicato, foram suspensas  todas as ações de luta programadas, inclusive a panfletagem que seria realizada amanhã em frente às concessionárias da Volks.


 


Greve parou a produção



Para Feijóo, citado no jornal, a suspensão das demissões e retomadas das negociações devem-se à unidade na luta demonstrada pelos trabalhadores durante a greve. “Está sendo um movimento forte e muito solidário, e foi esse espírito que manteve a produção totalmente paralisada”, disse. Na assembléia conjunta  de ontem os trabalhadores aprovaram a não realização de horas extras até o final das negociações.



A greve começou na terça-feira da semana passada e até a suspensão do movimento, ontem, foram quatro dias de paralisação da produção. Nesse período deixaram de ser fabricados 940 carros por dia. A falta de peças estampadas, câmbios e acessórios começou a prejudicar outras fábricas da montadora.



Em Taubaté, a falta de câmbio parou a produção na sexta-feira passada e a Volks programou coletivas a partir do dia 18. Por falta de peças estampadas não houve produção em São José dos Pinhais na sexta-feira e sábado. Em São Carlos, além dos estoques de motores estarem muito altos, começaram a faltar alguns componentes para sua fabricação.



Solidariedade na Baixada Santista



A Tribuna Metalúrgica informa que erca de cem trabalhadores, representando 40 sindicatos da Baixada Santista, realizaram na sexta feira manifestação de solidariedade aos metalúrgicos na Volks, paralisando por uma hora a rodovia Piaçaguera-Guarujá, que dá acesso ao pólo industrial de Cubatão.



A manifestação foi convocada pelo Movimento Intersindical, que reúne trabalhadores de sindicatos filiados às várias centrais. “Retardamos em mais de três horas a produção na Cosipa e de empresas que fazem parte da cadeia produtiva automobilística”, disse Pedro de Castro Júnior, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos.



Ele afirmou que as demissões na Volks vão prejudicar milhares de trabalhadores em todo o País. “O capital não tem pátria e quer aumentar o lucro reduzindo o custo com a mão-de-obra”, avaliou.



“Não compraremos  seus carros hoje”



“Não compraremos  seus carros hoje”. Este é o título de manifesto assinado por juízes, procuradores, advogados, servidores da Justiça, professores e estudantes de Direito, num total de 95 pessoas, contra as demissões na Volks.



O manifesto tem origem em 2001, ano em que a empresa também queria demitir mais de três mil trabalhadores e foi reapresentado na última sexta-feira. O texto condena as demissões e a pressão social que a fábrica faz ao ameaçar fechar a planta Anchieta.
O manifesto afirma que não é contra a empresa tentar se recuperar e manter o lucro, mas afirma “que isto deve ser feito com respeito aos princípios jurídicos nacionais e internacionais que estabelecem como valores fundamentais o valor social do trabalho, a função social da propriedade e da atividade econômica, o respeito ao Estado de Direito e a proteção à cidadania”.



Com informações da Tribuna Metalúrgica