Argentina derruba indulto de Videla, que poderá ser julgado

Um dia depois de declarar inconstitucionais os indultos concedidos pelo ex-presidente Carlos Menem a dois ex-ministros de Estado da última ditadura militar, a Justiça argentina fez o mesmo com o benefício de que gozava o ex-ditador Jorge Rafael Videla, de

Trata-se de decisão em primeira instância, que ainda será apreciada por outras três cortes até que se torne definitiva. Outros indultos já foram anulados no país, mas nenhum até agora foi apreciado por mais de duas instâncias. O processo mais importante de anulação é o dos crimes relacionados à Esma (Escola de Mecânica da Armada), a maior prisão ilegal da ditadura.



Videla, assim como os ex-ministros José Alfredo Martínez de Hoz e Albano Harguindeguy,  poderá agora ser condenado e punido pelo seqüestro de dois empresários em 1976.



Federico Gutheim e seu filho Miguel Ernesto ficaram cinco meses em poder do governo, durante a gestão de Videla. Na época, o objetivo era pressioná-los a aceitar um contrato de exportação para sua empresa, uma produtora de algodão, beneficiando o Ministério da Economia (então comandado por Martínez de Hoz) em um negócio em Hong Kong. Os empresários processaram o Estado argentino, e foram indenizados em US$ 16 mil em 1990.