Bahia faz ato pela libertação dos “Cinco Heróis Cubanos”

A luta pela libertação dos Cinco Heróis Cubanos será tema de jornada, em 12 de setembro, na Bahia. O ato começa às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários local, onde a Associação Cultural José Martí da Bahia lançará mais um número do seu boleti

Duas entidades, por meio de suas subsesdes baianas, divulgaram carta sobre o evento – a  Associação Cultural José Martí (ACJM) e o Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade entre os Povos e Luta pela Paz). O documento, transcrito integralmente abaixo, explica a história de luta dos cinco heróis cubanos e as injustiças que eles têm sofrido. Confira.


 


Caros amigos,


 


Esta carta tem por finalidade deixar você e sua entidade a par de um caso gravíssimo de injustiça que atinge diretamente cinco jovens cubanos que deram os melhores anos de suas vidas por sua pátria e, indiretamente, todo o povo de Cuba que os considera, com justiça, verdadeiros heróis. 


 


Vamos aos fatos:


 


Devido à pequena distância entre a Flórida e Cuba (menos de 200 km), Miami sempre foi uma cidade habitada por muitos cubanos de origem pobre que ali buscavam melhores condições de vida. Com a vitória da Revolução em 1959, esse fluxo migratório foi acrescido de uma multidão de pessoas contrárias ao novo governo, de maneira que foram para Miami desde representantes do alto escalão da ditadura de Fulgêncio Batista e da burguesia da Ilha até  indivíduos anti-sociais envolvidos nos mais diversos crimes. Essas pessoas formaram na Flórida associações com o objetivo explícito de derrubar o novo regime instalado em Cuba sob o comando de Fidel Castro. Algumas dessas associações assumiram caráter paramilitar e terrorista, a exemplo de Alpha 66, FNCA e Hermanos al Resgate. Entre as ações de claro conteúdo terrorista praticadas por tais organizações destaca-se o caso da bomba colocada num avião civil cubano que trazia de volta a Havana toda a equipe nacional de esgrima de uma viagem à Venezuela, em 1976. Foram mais de 70 mortos de várias nacionalidades.


 


Depois de um breve período de diminuição em suas atividades terroristas, essas organizações retomaram com força suas ações em meados dos anos 90, colocando bombas em hotéis de Havana e Varadero como forma de reduzir o turismo para Cuba, principal sustentáculo da economia cubana no período difícil pós-derrocada da União Soviética. Nas explosões muitos saíram feridos e foi morto o turista italiano Fabio di Celmo.


 


Como forma de prevenir novos atos terroristas, o governo de Cuba infiltrou nessas organizações paramilitares de Miami cinco destemidos jovens para colher informações.


 


Após anos de trabalho de inteligência, o governo cubano comunicou ao governo dos Estados Unidos que havia obtido provas de que as organizações Alpha 66, FNCA, Hermanos al Resgate e outras eram as responsáveis pelos atos terroristas cometidos no território da Ilha. Foi então destacada pelo governo americano uma comissão de altos funcionários do FBI para ir a Havana, em julho de 1998, receber das autoridades cubanas as provas colhidas.


 


Contraditoriamente, meses depois, em 12/09/98, os cinco agentes cubanos infiltrados nas organizações terroristas foram presos pela polícia de Miami, julgados e condenados, enquanto nada se passou com os acusados de terrorismo, embora houvesse inúmeras provas de seus crimes. A prisão dos cinco cubanos, além de injusta, foi extremamente cruel: colocados em celas minúsculas em regime de isolamento total por 17 meses, foram também impedidos por muito tempo de ter contato com suas famílias. Gerardo, por exemplo, até hoje não pode receber a visita de sua esposa que reside em Cuba, a quem o governo americano nega reiteradamente o visto de entrada no país.


 


Para os cinco heróis cubanos foram prolatadas, após um julgamento cheio de irregularidades, as seguintes sentenças: Gerardo Hernandez  foi condenado a duas penas de cadeia perpétua; Antonio Guerrero e Ramon Labañino a penas de prisão perpétua também; Fernando Gonzalez e René Gonzalez a penas de 19 e 15 anos respectivamente.  


 


Em abril deste ano uma das Turmas do Tribunal de Atlanta anulou a sentença, mas os cinco heróis do povo cubano permaneceram presos, nas piores condições possíveis, aguardando novo julgamento. Ainda mais lamentável é que agora em agosto, no calor da onda anti-cubana gerada na Flórida a partir da doença do Comandante  Fidel Castro,  a mesma Corte, em sua composição plena, reformou a decisão de agsosto de 2005, o que significa que as sentenças originalmente prolatadas foram mantidas. No momento a defesa dos acusados analisa a possibilidade de um recurso à Suprema Corte.


 


Lutar pela liberdade dos cinco heróis é hoje um imperativo moral não apenas para os que simpatizam com Cuba e seu modelo político, mas para todos os que querem que prevaleça no mundo a justiça e a paz!!!