Chile: Michelle Bachelet avalia primeiros seis meses de gestão

O governo da presidente chilena, a socialista Michelle Bachelet, avaliou neste sábado (09/9) os primeiros seis meses de sua gestão, que serão cumpridos em 11 de setembro. “Não foi fácil, foi intenso, mas qualquer observador imparcial afirmará que as prior

Nos últimos meses, o Executivo recebeu críticas da oposição por descoordenações internas, crescentes mobilizações sociais e o baixo crescimento econômico. Segundo Lagos Weber, “o governo está consciente e trabalha para superar” essas dificuldades. “Estamos aptos a reconhecer desacertos, se estes existiram”.


 


“Ao mesmo tempo”, diz Lagos Weber, “exigimos justiça na análise em aspectos que avançamos”. O governo enfatiza a importância de um julgamento “sério e justo”. De acordo com o porta-voz, a chegada de Michelle Bachelet à Presidência, em 11 de março, tornou realidade “um consenso” no Chile, “uma sociedade que quer crescer, que quer vibrar e sair ao mundo, e que ao mesmo tempo pede maiores oportunidades”.


 


O porta-voz oficial destacou avanços em matérias de emprego, saúde, previdência social, educação, moradia, segurança pública e relações internacionais, entre outras. O primeiro semestre de gestão de Bachelet coincide com a data do golpe militar de Augusto Pinochet que derrubou o então presidente, o socialista Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973.


 


Protestos
Nesta sexta-feira (08/9), Michelle Bachelet enfrentou seu primeiro conflito com a cúpula da Igreja Católica chilena, que comparou seu governo a um regime totalitário por distribuir a “pílula do dia seguinte” a adolescentes com mais de 14 anos. A Igreja expôs sua posição em uma declaração pública da Conferência Episcopal, divulgada na quinta-feira e considerada a mensagem mais dura dos bispos chilenos desde a volta da democracia ao país, em 1990.


 


Apesar da dura declaração da Igreja, o governo de Bachelet voltou a defender a distribuição do anticoncepcional de emergência como forma de universalizar seu acesso para conter a gravidez indesejada. Em resposta ao comunicado dos bispos, a presidente disse que o Chile é um país democrático, onde seu governo não impõe crenças.


 


“Para nós, neste país, custou extraordinariamente conquistar a democracia”, disse a presidente, em alusão indireta aos 33 anos do golpe militar que instalou a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), data comemorada na segunda-feira. “Como presidente, vou fazer o que devo fazer. Não imponho crenças, opiniões, mas ofereço, como corresponde a qualquer Estado, opções para um Chile diverso, para um Chile distinto”, acrescentou Bachelet.


 


“E o importante em um regime democrático é que ninguém imponha suas crenças e valores aos outros. Em um regime democrático se oferecem alternativas e opções para o Chile real, para todos”, concluiu.