Nicarágua: uma outra pedra no sapato de Bush?

Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), é o principal candidato para vencer as eleições presidenciais da Nicarágua, marcadas para o dia 5 de novembro. O ex-presidente (1985-90) é o favorito segundo as últimas pesquisas, principa

Diante desse quadro, a Câmara Americana de Comércio do país tem feito todos os esforços para tentar unir as duas forças de direita contra Ortega. Montealegre chegou a dizer que Rizo ligou para ele e tentou ganhar seu apoio, pois teria chegado à conclusão de que o PLC não terá força para impedir a vitória do sandinista.



De acordo com o Instituto CID-Gallup, Ortega lidera as diferentes pesquisas de intenção de voto realizadas na Nicarágua. Ele alcançaria 32,7% da preferência da população, enquanto Montealegre segue com 25%.



Se o líder sandinista conseguir mais de 40% dos votos, será eleito no primeiro turno. Essa hipótese pode ocorrer também se o primeiro colocado obtiver mais de 35% dos votos e uma margem superior a 5% em relação ao segundo colocado.



Nos últimos meses, Ortega estreitou seus vínculos com a Venezuela. O governo de Hugo Chávez autorizou o candidato da FSLN a importar dez milhões de barris de petróleo a preços preferenciais, resolvendo desta maneira a crise energética pela qual o país passa.



Se Daniel Ortega ganhar, a FSLN voltará ao poder depois de 26 anos. Recordemos que esse partido surgiu na Nicarágua como um grupo guerrilheiro para combater a ditadura de Anastasio Somoza. Após anos de luta, o ditador fugiu do país em 1979 e a FSLN manteve-se no governo até 1990.



Diante desse cenário, as eleições de 2006 são de vital importância para a região, já que a vitória de Ortega pode resultar em um passo adiante no processo de integração da América Latina, que tem como principal incentivador o governo venezuelano de Hugo Chávez.



Por essa razão, o governo de George W. Bush está muito preocupado pelo que pode se passar na Nicarágua. Uma mostra disso são as declarações do diretor dos serviços de inteligência dos EUA, John Negroponte, que revelou estar seguindo de perto as eleições na América Latina.



Para finalizar, este jornalista se pergunta: os Estados Unidos, que se auto-proclamam paladinos da liberdade, farão algo para evitar o triunfo de Ortega em seu quintal? Só o tempo nos permitirá saber.