Brasil firma novos acordos com a Índia e a África do Sul

Três das maiores economias do Hemisfério Sul – Índia, Brasil e África do Sul – planejam intensificar a cooperação em projetos com cana-de-açúcar. Representantes dos três países assinam nesta quarta-feira (13/9) um documento que cria um grupo de trabalho p

O acordo, que envolve produção e ao processamento da cana-de-açúcar e o uso da matéria-prima como combustível, será firmado durante a primeira Reunião de Chefes de Estado e de Governo do Fórum de Diálogo IBAS (sigla formada pela inicial das três nações).



Pioneiro na produção de álcool, o Brasil serve de exemplo para outras nações. O país é responsável por 40% do consumo do combustível no mundo, de acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo). É ainda o maior consumidor de energia de fontes renováveis (o que inclui recursos hídricos e de biomassa). O consumo do país chega a 44% (sendo 15,5% de álcool), enquanto a média mundial é de 13% e a de países ricos de apenas 6%.



Novos benefícios
No acordo desta quarta, o objetivo brasileiro não é apenas vender o etanol para os dois países, segundo o Ministério das Relações Exteriores. A idéia é, com a Índia e a África do Sul, explorar os benefícios econômicos e ambientais dos biocombustíveis. De acordo com o Ministério, a área, que é uma das prioridades do Brasil, é importante também para o país africano – que tem cultura no plantio de cana – e para a nação asiática, cuja população rural chegava, em 2000, a quase 75% do total.



Criado em junho de 2003 pelos três países, o Fórum de Diálogo IBAS estabelece parcerias em diversos setores, entre eles o de serviços aéreos, ecoturismo e preservação ambiental, geração de empregos, ciência e tecnologia, e educação, segundo aponta um Plano de Ação desenvolvido em 2004. Na reunião que acontece em Brasília, serão assinados acordos também em áreas como agricultura, sociedade de informação, transporte marítimo e normas técnicas de comércio.



A discussão ainda abordará a situação do Fundo IBAS de Combate à Fome e a Pobreza, administrado pelo PNUD. O programa da ONU também apóia o evento desta quarta-feira.