Contra-ataque: PSDB e PFL querem cassar candidatura Lula

Os presidentes do PSDB e do PFL, Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen pedirão ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a cassação do registro da candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado nas pesquisas. Eles devem entregar o pedid

Para o bloco conservador, já existem fatos suficientes para a cassação do registro da candidatura do presidente Lula, com base na Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90). ''Qualquer investigação de abuso do poder tende a isso (à cassação do registro da candidatura)'', asseverou neste domingo o advogado do PSDB, Ricardo Penteado.



Representação cita também Thomaz Bastos



PSDB e PFL alegam que o governo interferiu no processo eleitoral. E argumentam com o suposto envolvimento do PT na compra de um dossiê contra Geraldo Alckmin e José Serra (candidatos do PSDB à Presidência e ao governo de São Paulo). O movimento pretende deslocar a atenção da entrevista dada à revista IstoÉ por Luiz Antônio e Darci Vedoin, chefes do esquema dos sanguessugas, apontando a gestão Serra no Ministério da Saúde como berço da máxia das ambulâncias.



Tasso e Bornhausen solicitaram a audiência com o presidente do TSE para entregar cópia da representação contra o candidato petista. Além disso a ação terá que ser protocolada oficialmente na sede do tribunal em Brasília.



Além de Lula, a ação cita o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e ainda Valdebran Padilha e Gedimar Passos, presos pela Polícia Federal na última sexta-feira. Thomaz Bastos é citado sob a acusação de que a PF teria favorecido eleitoralmente o presidente, por não divulgar fotos de Padilha, de Passos e dos R$ 1,75 milhão para suposto pagamento do dossiê Vedoin.



''Quando o Serra era ministro foi o melhor período''



A contra-ofensiva oposicionista seguiu-se à matéria de capa da IstoÉ desta sexta-feira, envolvendo diretamente o ex-ministro José Serra na máfia das ambulâncias. ''Quando o Serra era ministro foi o melhor período para nós. As coisas saíam muito rápido'', afirma Darci na revista. ''Quando nós iniciamos a montagem, em 1998, já existia esquema dentro do Ministério da Saúde, com os parlamentares. Nós acertávamos com os parlamentares e o dinheiro saía. Naquela época era muito mais rápido para sair os empenhos e os pagamentos'', insiste, narrando que ''a confiança do pagamento era tão grande que chegamos a entregar cento e tantos carros apenas com o empenho do Ministério, antes de a verba ser liberada''.



Os Vedoin, empresários do grupo Planam,  negociaram com um esquema de delação premiada com a PF, que desencadeou a ''Operação Sanguessuga'' para investigar o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas e distribuição de propinas a parlamentares. “Somos culpados, mas não somos os maiores. A maior culpa é de governos antigos que propiciaram tudo isso. Jamais liguei para parlamentares. Eles é que ligavam para mim”, disse Darci na entrevista.



Liminar proíbe Quércia de veicular denúncia



No entanto, os empresários vêm entregando de maneira seletiva os políticos que se envolveram com a mávia das ambulâncias. O nome de José Serra só apareceu com força na semana passada, primeiro em declarações ao jornal Correio Brasiliense, na quinta-feira, e a seguir na matéria de capa da IstoÉ.



Na sexta-feira, o programa eleitoral do presidente do PMDB-SP, Orestes Quércia, que disputa com Serra o governo de São Paulo, chegou a veicular a denúncia. Em seguida, porém, os advogados do PSDB conseguiram liminar na Justiça Eleitoral proibindo a divulgação das matérias do Correio Brasiliense e da IstoÉ.



Com agências