Ucrânia: Comunistas querem extinção de cargo de presidente
O Partido Comunista da Ucrânia proporá no parlamento a abolição do cargo de presidente dessa ex-república soviética, por considerá-lo inefetivo, afirmou ontem (17/9) o partido.
Publicado 18/09/2006 12:37
“O PCU defende a eliminação do posto de presidente, que não tem correspondência com as tradições democráticas centenárias da nação e provocou danos ao desenvolvimento do nosso Estado”, disse o líder da bancada comunista no parlamento, Petro Symonenko.
Symonenko observou também que a forma presidencial de governo “provou ser totalmente inefetiva e, mais ainda, daninha, no período mais recente da história moderna da Ucrânia”, escreve a agência de notícias russa RIA Novosti.
“Um república parlamentarista é a opção mais apropriada para nosso país”, afirmou o dirigente comunista.
Ao elogiar o progresso da reforma política realizada atualmente na Ucrânia, Symonenko destacou que essas medidas deram ao partido mais votado o direito de formar o governo, definir políticas e controlar as atividades do gabinete.
Os comunistas possuem 21 vagas das 450 que compõem o Conselho Supremo (Verhovnii Rada, o parlamento) e integram a coalizão “anticrise” formada em junho último pelo majoritário Partido Das Regiões, do atual primeiro-ministro Viktor Ianukovitch, pelos socialistas e comunistas.
Esses três partidos assinaram em agosto passado o Pacto de Unidade Nacional, proposto pelo presidente Viktor Iuchtchenko, com o apoio de seu bloco Nossa Ucrânia, com o qual se colocou fim a quatro meses de crise política no país, após as eleições legislativas de março passado.
Nas últimas semanas, figuras proeminentes do bloco presidencial mantiveram conversas com a aliança tripartite para analizar sua possível ampliação.
Mas um recente discurso em Bruxelas do primeiro-ministro voltou a colocar em primeiro plano as contradições entre ambas as tendências.
Partidário de ponderar as boas relações com Moscou, Yanukovithc disse aos líderes europeus que a integração de Kíev à União Européia e ao pacto militar do Atlântico Norte (Otan) teria de esperar e subordinar-se a um referendo dos ucranianos.
Iuchtchenko respondeu com uma desautorização pública ao líder do gobverno, e com uma reiteração de que a integração da república à União Européia e ao pacto militar continua sendo uma prioridade para o Estado ucraniano, apesar da oposição das forças que ele chamou de “pró-russas”.