Mentiras de primeiro-ministro revoltam húngaros

Milhares de manifestantes incendiaram carros e tentaram atear fogo à sede da TV húngara esta madrugada (19/9), em Budapest, exigindo a demissão do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, do Partido Socialista. A repressão policial causou ferimentos a mais de

O motivo da fúria popular foi a divulgação de uma gravação em que Gyurcsany admitia ter mentido para ganhar as eleições de abril deste ano.


 


O primeiro-ministro, que foi reeleito, prometeu durante a campanha eleitoral que iria reduzir impostos, mas acabou aumentando as taxas e cortando benefícios fiscais para arrecadar mais 4,6 bilhões de dólares. “Mentimos de manhã e mentimos à tarde”, disse em conversa que foi divulgada ao público ontem.


Os manifestantes entraram em choque com a polícia, que usou canhões de água e gás lacrimogêneo. Gyurcsany foi criticado pelo principal partido da oposição, o conservador Fidesz, e pelo Presidente da República, Laszlo Solyom, sem partido: “Nenhum fim pode justificar que qualquer pessoa perca fé na democracia e menos ainda que o faça conscientemente. Espero que o primeiro-ministro admita isto”, disse.


A Hungria tem o maior déficit da Europa, de cerca de 10,1% do PIB. O Partido Socialista defendeu o seu primeiro-ministro, apesar da confirmação da veracidade da gravação, que foi divulgada ontem.


 


Uma pesquisa mostra que os húngaros estão divididos em relação à demissão do primeiro-ministro: 47% defendem a permanência de Gyurcsany, enquanto que 43% defendem a renúncia, de acordo com o instituto de pesquisa Szonda Ipsos