APCF diz que divulgação dos supostos grampos no TSE foi precipitada

Segundo presidente da associação, o laudo resultante irá mostrar a incorreção técnica na varredura que levou a divulgação precipitada de uma ocorrência que era apenas uma possibilidade

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Antônio Carlos Mesquita, divulgou uma nota nesta quarta-feira, 27, em que defende o trabalho realizado pelos peritos criminais federais que investigaram os supostos grampos nos telefones de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


 


Segundo Mesquita, a vistoria realizada pela equipe de peritos oficiais e o laudo resultante – a ser emitido ainda nesta quarta – irão refletir a verdade dos fatos, apontando inclusive a incorreção técnica no procedimento de varredura realizado pela empresa contratada pelo TSE.


 


A notícia da existência de grampos em telefones de ministros do TSE foi divulgada pelo tribunal no último dia 17. Um dia depois, o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura, explicou que a empresa de rastreamento Fence havia descoberto grampos em telefones usados pelo presidente do Tribunal, pelo vice, Cezar Peluso, e pelo ministro Marcelo Ribeiro.


 


Leia a íntegra da nota:


 



Os supostos grampos no TSE


 


A respeito do recente episódio das supostas interceptações clandestinas em telefones de ministros do TSE, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais – APCF vem a público reiterar a seriedade e a excelência técnica do trabalho realizado pelos peritos criminais federais do Instituto Nacional de Criminalística.


 


Os peritos que elaboraram o laudo, a ser emitido hoje, fazem parte do grupo que também é responsável pelas varreduras eletrônicas requisitadas junto à Polícia Federal pelos mais diversos órgãos e autoridades do Estado brasileiro, inclusive do Judiciário.


 


A vistoria realizada pela equipe de peritos oficiais e o laudo resultante irão refletir a verdade dos fatos.


 


Se essa verdade põe a nu a incorreção técnica no procedimento de varredura realizado por terceiros ou a divulgação precipitada, como fato, de uma suposta ocorrência que era apenas uma possibilidade, entendemos que não caberia levantar suspeita sobre o trabalho imparcial da perícia da Polícia Federal.


 


Num momento já contaminado pela excitação que a disputa eleitoral naturalmente levanta, alguns, infelizmente, parecem preferir os holofotes da imprensa, sob os quais tentam manter-se a qualquer custo, ao invés de recolher-se à reflexão ponderada sobre as próprias falhas cometidas ao longo do episódio.


 


É como a pessoa que, insatisfeita com a própria aparência, volta sua ira contra o espelho, como se ele fosse o culpado.


 


Antônio Carlos Mesquita
Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais