Coaf não encontra dados bancários suspeitos de petistas

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o sub-relator deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) estiveram nesta terça-feira (26), na sede do órgão, em Brasília, onde fizeram análise da movimentação bancária dos envolvidos – os petistas Gedimar Passos, Valdebran Padilha da Silva, Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Oswaldo Bargas e Freud Godoy.

O Coaf tem acesso a toda movimentação financeira, de qualquer agência bancária do País, acima de R$100 mil. Abaixo desse valor, a pesquisa depende dos bancos, que são obrigados a comunicar depósitos e saques suspeitos.

O próprio Biscaia checou a movimentação dos petistas no Banco de Boston, no Bradesco e no Safra. “Nós ficamos quase duas horas com todos os dados que solicitamos. Eu considero que o Coaf já acessou os dados imediatamente após a revelação pública dos fatos”, afirmou o presidente da CPMI.

Carlos Sampaio também saiu do Coaf convencido de que o órgão fez a investigação no tempo certo. Na opinião do tucano, não houve demora ou má-fé na apuração.

Continuação dos trabalhos

Apesar da indicação de que o dinheiro tenha circulado fora do sistema financeiro, Biscaia informou que o trabalho do Coaf vai continuar.

Sampaio anunciou que a CPI, agora, tentará obter a informação sobre a origem do dinheiro dos próprios envolvidos. A não confissão, disse Sampaio, poderá comprometer o PT. “A maior demonstração de que o PT pode estar por trás é que, de R$1,3 milhão, aproximadamente (a quantidade do dinheiro em reais, outra parte era em dólar), apenas R$25 mil estavam com a cinta do banco”, disse o sub-relator.

“Quer dizer que mais de R$1,2 milhão era dinheiro velho, dinheiro que devia estar guardado em algum cofre e não foi fruto de nenhum saque. Ou os integrantes do PT que foram presos em flagrante dizem a origem ou eles comprometem o Partido dos Trabalhadores”, continuou Sampaio.

Na próxima quarta-feira (4), após as eleições, a CPI das Sanguessugas fará reunião, quando deverá votar pedidos de quebra de sigilo bancário.

Agência Câmara