Coligação de Lula pedirá impugnação de Alckmin

Os advogados da coligação A Força do Povo (PT-PCdoB-PRB), que apóia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preparam uma ação de impugnação da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, alegando que a campanha do tucano teria fei

O comitê de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá entrar com ação judicial eleitoral no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pedindo a impugnação da candidatura à presidência do candidato Geraldo Alckmin (PSDB).


 


Segundo a assessoria jurídica do comitê, a ação irá argumentar que Alckmin está usando indevidamente o episódio da suposta compra de um dossiê para prejudicar a candidatura Lula.


 


O dossiê teria documentos ligando o ex-ministro José Serra, hoje candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, à máfia das ambulâncias.


 


O pedido será entregue neste sábado (30) ao TSE, ocasião em que o comitê dará mais detalhes sobre a ação.


 


Vazamento comprado


 


O coordenador-geral da campanha da coligação A Força do Povo (PT, PRB e PCdoB), Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta sexta-feira (29) que há fortes indícios de que o vazamento das fotos do dinheiro apreendido com Gedimar Pereira Passos, há duas semanas, teria sido comprado.


 


O inquérito que apura a suposta compra do dossiê corre sob segredo de Justiça. Além disso, para evitar o uso político-eleitoral do caso, a Polícia Federal havia decidido não divulgar as imagens.


 


Hoje, as fotos apareceram estampadas na internet. Segundo matéria da Agência Estado, elas foram vazadas por “uma fonte” de dentro da PF.


 


A Polícia Federal divulgou, posteriormente, disse que as fotos estavam em um DVD que teria sido roubado. “Deve ser um roubo sob remuneração”, concluiu Marco Aurélio.


 


De acordo com ele, o PT entrou com uma petição no TSE para sustar a divulgação ilegal do material, uma vez que a matéria corre em segredo de Justiça.


 


“Nós não vamos permitir que se repitam situações semelhantes às de 1989, quando se tentou identificar a candidatura Lula e o PT ao seqüestro do empresário Abilio Diniz”, disse.


 


O coordenador da campanha afirmou que também serão tomadas medidas internas, no sentido de averiguar como o vazamento ocorreu, além de medidas administrativas e jurídicas para coibir “esta tentativa de violar a vontade popular”.


 


Ele lembrou que há uma lei que permite que determinados fatos sejam resguardados até seu esclarecimento final, sob forma de segredo de Justiça.


 


“O que está em jogo aqui é mais do que um ato criminal, mais do que a violação do segredo de Justiça. É uma tentativa de influenciar o processo eleitoral brasileiro e tentar reverter uma tendência irreversível do presidente Lula ser reeleito no dia 1º de outubro.”


 


Para Marco Aurélio, a divulgação das fotos não terá impacto porque a sociedade brasileira sabe o que está em jogo: “a continuidade de um programa de transformação social do país ou a volta ao passado”.


 


A questão fundamental, segundo o coordenador, é que os destinos do país serão decididos sob a base de programas de governo apresentados durante o processo eleitoral.


 


Questionado sobre a representação no TSE correr o risco de ser interpretada como cerceamento da imprensa, Marco Aurélio defendeu a proteção do segredo de Justiça e afirmou que a imprensa está sujeita às normas do Estado de direito, assim como o governo.


 



Tasso confessou uso eleitoreiro das imagens


 


O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), praticamente confessou o uso eleitoreiro das fotos do dinheiro ao comemorar ontem (29) a divulgação das imagens. Tasso disse estar confiante que esse vazamento vai forçar um segundo turno nas eleições presidenciais. a hipótese de haver segundo turno favorece diretamente o candidato tucano, Geraldo Alckmin.


 


''Hoje se não der segundo turno vou ficar muito surpreso. É surpreendente que o Lula não caia dois ou três pontos e não tenha segundo turno'', afirmou o senador, com uma bizarra naturalidade.


 


Com informações das agências