Imprensa iniciou hoje um movimento golpista contra Lula
Um movimento golpista começou a ser colocado em prática nas últimas horas pela grande imprensa paulista. O objetivo é prejudicar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tentar forçar um segundo turno. Entre as ações do movimento estão a di
Publicado 29/09/2006 16:48
O movimento teve início com a divulgação ilegal das fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal e que supostamente seria usado na compra de documentos que comprovam a participação de tucanos com a máfia das ambulâncias. As fotos foram roubadas da superintendência da Polícia Federal e entregues ao jornal O Estado de S. Paulo na manhã de hoje, que as divulgou imediatamente. Diversos outros sites estão fazendo o mesmo e, suspeita-se que a revista Veja e os principais jornais do país irão publicá-las amanhã em suas edições impressas. A divulgação é proibida por lei pois a investigação sobre o suposto dossiê corre em segredo de justiça.
Paralelamente, algumas rádios de São Paulo, especialmente a rádio CBN, violando a lei eleitoral, está repetindo hoje trechos inteiros do debate promovido ontem entre os candidatos à presidência. Os trechos veiculados foram editados para concentrar-se nas ofensas e críticas lançadas contra o presidente Lula, que não compareceu ao debate.
E não apenas a imprensa está estruturando o movimento que pretende desestabilizar a candidatura do presidente Lula, a justiça eleitoral de São Paulo, com apoio da Polícia Miltar, também cometeu abusos nesta sexta-feira.
O Partido dos Trabalhadores denunciou que oficiais da justiça eleitoral com o apoio da PM realizaram ação abusiva ao apreender bandeiras do PT na região central da cidade. A atitude fere o artigo 67, da Resolução do Tribunal Superior Eleitoral – TSE Nº 22.261/06 que permite a utilização de bandeiras de uso externo, além da distribuição de santinhos, folder, bottons, entre outros acessórios partidários.
O PT pretende questionar na justiça a ação abusiva dos oficiais e alerta a militância para registrar boletim de ocorrência se for vítima de abusos semelhantes.
O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, em entrevista no Palácio do Planalto, afirmou que a divulgação das fotos é semelhante ao episódio em que policiais teriam deixado material de campanha do PT no local em que seqüestradores mantinham como refém, em São Paulo, o empresário Abílio Diniz, às vésperas das eleições de 1989.
''O povo brasileiro não vai se enganar novamente. Isso é uma repetição das camisetas do seqüestro de Abílio Diniz'', afirmou o ministro. ''É uma tentativa desesperada de virar o jogo na última hora.'' Tarso observou que o processo sobre o dossiê corre em segredo de justiça e, portanto, as fotos não poderiam ser divulgadas. ''Certamente, isso (a divulgação) decorre de uma articulação de alguém do PSDB com alguém da Polícia Federal, que violou as normas processuais, numa postura antidemocrática para desestabilizar o processo eleitoral'', disse o ministro.
Da redação,
Cláudio Gonzalez