Agricultores dos EUA e México pedem suspensão de acordos da Nafta
Grupos de agricultores do México e dos Estados Unidos exigiram hoje que tanto os acordos comerciais quanto a liberação da venda de produtos agrícolas entre os dois países sejam cancelados, denunciando que beneficiam apenas as empresas trasnacionais.
Publicado 30/09/2006 19:02
“Exigimos leis e políticas agrícolas que não afetem os mercados domésticos e nos opomos ao Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) que só facilita e legaliza a invasão de produtos abaixo do custo de produção”, disse o porta-voz da Federação de Cooperativas do Sul dos EUA, Ben Burkett, na capital mexicana.
Ao fim do Congresso Binacional de Pequenos Agricultores e Camponeses, os agricultores dos dois países afirmaram que os acordos comerciais “atentam contra o bem-estar e os processos democráticos dos povos”.
A soberania alimentar é “a base de uma agricultura sadia, sustentável e justa” e é “um direito dos povos e nações definir suas próprias políticas agrícolas e comerciais”, argumentou Mily Treviño, dirigente da organização Líderes Camponesas.
Treviño acrescentou que em 2008, data prevista para a abertura total dos mercados, haverá o risco de “quase desaparecimento da agricultura familiar” e deslocamento de “milhares de camponeses e indígenas de seus locais de origem”.
O representante da União de Sierra Juárez, do estado mexicano de Oaxaca, Aldo González, alertou que a abertura agrícola causará um “grande aumento da importação de grãos transgênicos”.