Chávez quer que Uribe se pronuncie sobre declaração de Rumsfeld

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, intimou nesta terça-feira (3/10) o governante da Colômbia, Álvaro Uribe, a dizer se está preocupado com a compra venezuelana de equipamentos militares, como sugeriu o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald

O ministro americano fez essa declaração durante a Conferência de ministros de Defesa das Américas, em Manágua. Segundo ele, os vizinhos da Venezuela estão preocupados com a possibilidade de que esses equipamentos caiam nas mãos de guerrilheiros esquerdistas.



“O único de nossos vizinhos que tem guerrilha é a Colômbia. Portanto, em nome da dignidade da Venezuela e da Colômbia, peço ao presidente Álvaro Uribe que se pronuncie e esclareça se está preocupado, porque estão falando por ele”, disse Chávez.



“Preciso saber se ele tem essa preocupação, porque, se a tem, deveria ser o primeiro a dizê-lo e não o cachorro da guerra (Rumsfeld)”, acrescentou o governante venezuelano.



Donos do mundo
Segundo Chávez, Rumsfeld falou em Manágua “como se fosse o dono do mundo”. Ele também se referiu a outra afirmação de Rumsfeld, segundo a qual as compras não se justificam porque nenhum país ameaça a Venezuela.



“Que cinismo! É preciso dar a ele um espelho para que veja sua própria cara, pois se diz que ninguém ameaça a Venezuela, é porque não conhece a si mesmo”, ironizou Chávez.



O presidente venezuelano lembrou que todas as compras venezuelanas têm caráter defensivo, e citou como exemplo os fuzis russos AK-103, que substituirão os atuais FAL belgas, com mais de 50 anos de uso.



Chávez anunciou que no primeiro trimestre de 2007 começará a instalar radares chineses de longo alcance que poderão detectar ameaças a cerca de 300 quilômetros. “Não nos surpreenderão. Instalaremos nos radares um sistema de foguetes e mísseis capaz de interceptar ameaças a mais de 200 quilômetros”, disse o presidente venezuelano.



Chávez assinalou que os EUA tentaram impedir a Venezuela de atualizar seus sistemas de armas, razão pela qual decidiu se abastecer em outros mercados, como o chinês e o russo. A modernização do arsenal inclui a compra de caças-bombardeiros Sukhoi Su-30, helicópteros Mi-18, Mi-26 e Mi-35, fuzis AK-103, aviões de transporte Antonov e sistemas de mísseis antiaéreos.