Petrobras completa 10 anos na Bolívia sem festa e com campanha
A Petrobras completou dez anos de atividades na Bolívia na última terça-feira (10/10). A data passou sem comemorações, a não ser uma campanha publicitária. O motivo, segundo a assessoria de imprensa da empresa, é a falta de acordo em questões como o pr
Publicado 15/10/2006 20:53
As negociações com a estatal boliviana YPFB foram retomadas na segunda-feira (9), quando o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando Freitas, e o gerente da estatal para o Cone Sul, Décio Oddone, reuniram-se com executivos da YPFB e com o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas. Trata-se mais uma rodada em busca de um entendimento, após a nacionalização das reservas de petróleo e gás, anunciada em 1º de maio pelo presidente Evo Morales.
De acordo com a Agência Boliviana de Informação (ABI, a agência oficial de comunicação do país), Villegas disse que o encontro abordou aspectos técnicos relacionados aos novos contratos petrolíferos que estarão em vigor a partir de 1º de novembro. O ministro afirmou, segundo a agência, que seu país continuará o trabalho com a estatal brasileira e com outras empresas estrangeiras que atuam no país, como a espanhola Repsol, e que haverá três semanas para conversar sobre os aspectos técnicos dos contratos a firmar.
De 1996 para cá, os negócios da empresa na Bolívia envolveram desde a exploração, produção e comercialização de gás natural até o sistema de transporte por dutos, além de processamento de gás natural, refino, produção de lubrificantes e distribuição de derivados.
Campanha
Para melhorar sua imagem junto aos bolivianos, a Petrobras lançou uma campanha publicitária no país vizinho. Décio Oddone afirmou que não existe relação direta entre a iniciativa e as negociações com o governo boliviano sobre a exploração do gás. Também disse não ser a primeira vez que a companhia desenvolve uma ação do gênero.
“A ação de comunicação da Petrobras é constante e busca esclarecer, permanentemente, à sociedade o porquê das ações da companhia”, disse Oddone, que até 2004 foi presidente da Petrobras Bolívia, completando oito anos de trabalho no país. “A Petrobras é uma empresa que tem uma aceitação muito boa na Bolívia”.
Segundo o executivo, os prazos da campanha dependem dos seus resultados. A Petrobras Bolívia foi criada em 1996, a partir da assinatura de contratos com a também estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). “A atuação começou em 1996, com a construção do gasoduto Bolívia-Brasil e com as atividades de procura de gás natural”, conta. “A partir do sucesso que obteve na área de gás, ela também se inseriu em outras áreas como refinarias e postos de gasolina.”
Na avaliação de Oddone, o principal efeito da presença da Petrobras na Bolívia foi a descoberta das reservas de gás e a exportação de gás para o Brasil. “Em 1996 a Bolívia tinha exportações muito modestas para a Argentina, que estavam em via de terminar o contrato”, lembrou.
“A Bolívia exportava cerca de US$ 90 milhões em gás natural. Este ano a Bolívia está exportando mais de US$ 1,2 bilhão em gás natural para o Brasil e um pouco para a Argentina também.” Oddone afirmou ainda que a Petrobras modernizou as refinarias da Bolívia e criou uma rede de postos de gasolina modernos.