Requião diz que Osmar Dias usa táticas nazistas
Sabatinado nesta quarta-feira (18) pela rádio CBN de Curitiba – o primeiro entrevistado neste segundo turno foi o candidato Osmar Dias, do PDT, na terça (17) – o governador licenciado Roberto Requião, candidato à reeleição pelo PMDB, deu pistas de que pod
Publicado 19/10/2006 09:12 | Editado 04/03/2020 16:55
Requião não disse se irá ao comício de Lula no próximo sábado (21) em Curitiba, mas por outro lado, criticou indiretamente a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) e declarou que sente “desespero” ao imaginar que um eventual governo federal tucano “faça voltar os tempos de vendas de empresas públicas”.
Ao iniciar a entrevista com o âncora José Wille, o governador licenciado disse gostar de falar em rádio. “É um espaço mais largo, descontraído, sem aquelas limitações da TV”, comparou. Em seguida, analisou a pesquisa Datafolha mais recente, que apontou crescimento da candidatura dele e maior vantagem em relação ao adversário. “Crescemos em todas as faixas e categorias da pesquisa”, observou, para logo depois atacar a campanha de Osmar Dias. Requião disse que o oponente tem usado táticas de Goebbels (estrategista de Hitler durante o nazismo). “Ficam repetindo mentiras e desconstruindo minha imagem”.
Para Requião, a tática funcionou por algum tempo durante o primeiro turno. “Usaram aqueles dados errados (sobre violência em Curitiba e Foz) do Ministério da Justiça, usaram vídeos em que eu faço brincadeiras inocentes entre amigos – você sabe que sou brincalhão – para desconstruir minha imagem. Podem ter derrubado a credibilidade do governo (naquele momento), mas não derrubaram a aceitação que a população tem do governo que venho fazendo”, analisou. “Agora estamos recuperando a imagem e os pontos (na pesquisa)”.
Copel
O governador licenciado falou sobre privatizações e sua política de manter empresas públicas. Disse que pegou o estado “demolido, roubado”, pela gestão anterior (de Jaime Lerner), e relembrou que a Copel quase foi vendida. “Não só recuperamos a Copel, como ainda fizemos dela a terceira melhor empresa de energia do mundo. Não sou eu quem digo isso, é o (jornal) Financial Times”. Requião acrescentou que “a Copel dá tanto lucro que eu até baixei a tarifa
de energia em 12%”.
O candidato citou o crescimento econômico e os benefícios para atrair novas empresas ao estado. “Temos a Tetrapak instalada em Ponta Grossa e agora uma empresa suíça similar e concorrente instalando-se em Campo Largo, com investimentos de 300 milhões de euros”, exemplificou.
Curitiba
Um tema sobre o qual o candidato à reeleição discorreu bastante foi o prefeito Beto Richa e seu atual apoio à campanha de Osmar Dias. Repetiu o que vem dizendo nos últimos dias – e que irritou Richa -, enfatizando que “quase tudo que está sendo feito em Curitiba é com financiamento do governo do estado”. De acordo com Requião, os investimentos em saúde são “financiamentos direto, nós damos dinheiro”, e outras obras são em parceria com a prefeitura, “nós damos o dinheiro e a prefeitura constrói”.
Ele declarou, ainda, que se for reeleito continuará com essa política. “Vou continuar ajudando. Ajudando Curitiba, não o Beto Richa”, explicou. Mais adiante, voltou a falar da campanha de Osmar, que segundo Requião é “uma campanha nazista de desconstrução”, “cheia de mentiras”. Por fim, declarou que no futuro, reeleito governador, vai “esquecer esse Beto da campanha”.
Apoio
Questionado sobre um possível apoio declarado à reeleição do presidente Lula, o governador licenciado explicou que faz política levando em conta “primeiro minha consciência, em segundo lugar a situação do país, e em terceiro, a situação partidária”.
Em seguida criticou indiretamente o candidato Geraldo Alckmin relatando que a Copel tentou participar do leilão promovido por ele, quando governador de São Paulo, para venda de transferência de energia da Cesp. De acordo com Requião, o governo Alckmin não permitiu que a Copel participasse do leilão, por ser uma estatal de fora de São Paulo, mas que quem venceu o processo foi uma estatal colombiana – segundo ele, com menos garantias e capital do que a Copel.
Foi então que o governador licenciado criticou o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso e as privatizações. Em seguida, acrescentou que no momento certo vai declarar seu voto para a presidência. “Quando a minha consciência mandar, vou me posicionar”, concluiu, sem deixar claro se irá ou não ao comício do presidente Lula em Curitiba.
Bia Moraes – Gazeta do Povo