Tabaré Vásquez destitui comandante do Exército uruguaio

“Procedi à sua remoção por ter mantido uma reunião sem a devida solicitação de autorização ao presidente da República ou, em seu lugar, à ministra da Defesa”, o que constitui “uma falta grave” e “erros que não se pode deixar passar”, afirmou Vázquez.

O semanário “Busqueda” informou que Díaz havia se encontrado com o ex-presidente Julio Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), seu ex-ministro da Defesa Yamandú Fau, dirigentes da oposição e ao menos dois outros generais, que ficarão detidos por cinco dias.

Há indícios de que ele articulava a resistência aos planos do governo de investigar o desaparecimento de 26 dissidentes, durante a ditadura militar. Oito ex-policiais e ex-militares foram processados e receberam penas de prisão em setembro passado pelo desaparecimento de Adalberto Soba em Buenos Aires, em 1976. Um nono ex-oficial se suicidou.

Estão tramitando na Justiça uruguaia diversos pedidos de extradição contra militares envolvidos em violações de direitos humanos como parte da Operação Condor, operativo de repressão coordenada entre as ditaduras da região.

Díaz disse não se sentir alvo de “arbitrariedade”, mas sim “muito respeitoso das decisões”. Ele será substituído interinamente pelo general Manuel Saavedra. “Aceito que cometi um erro e saio satisfeito com o trabalho realizado com os camaradas que me acompanharam”, disse.