Mesmo ausente do palanque, Requião recebe apoio de Lula

Em sua terceira e última visita ao estado como candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que apóia o governador licenciado Roberto Requião (PMDB) para a sucessão estadual. “Sou muito amigo de Requião. Durante quatro anos

Lula afirmou que o candidato a governador do estado Osmar Dias (PDT) já anunciou que apóia a candidatura para presidente de Geraldo Alckmin (PSDB) e que neste segundo turno há dois projetos em disputa: um que pretende governar o Brasil em favor de uma minoria e outro que trata as pessoas pobres com dignidade. Segundo Lula, ele e Requião estão do lado do pobres. “Já que tem dois projetos de disputa no Brasil e no estado, a gente tem que dizer de que lado está”, afirmou.


 


O presidente chegou ao centro da cidade acompanhado pelo vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB). Em seu discurso, o vice-governador lembrou a luta política comum dos partidos. “Há 22 anos nós estivemos aqui presentes. Era a caminhada das eleições diretas. Naquele momento, para iniciar, e hoje, para concluir uma caminhada”, declarou Pessuti, reafirmando o apoio do PMDB paranaense a Lula. Requião cumpriu agenda de campanha em Londrina e região e não esteve presente.


 


Os diretórios estaduais do PT e do PMDB fizeram um acordo de apoio mútuo neste segundo turno para reeleger Lula e Requião, na segunda-feira passada, 16. O governador, porém, não participou da reunião e permanece neutro na sucessão presidencial, para não perder os eleitores que votam nele e em Alckmin.


 


Em seu discurso, Lula criticou o comportamento de opositores e da imprensa, dizendo que as pessoas são expostas nos jornais e quando são absolvidas não recebem sequer pedidos de desculpas e pediu para ser tratado com respeito. “Se quiserem me ofender, se quiserem me acusar, que acusem, eu vou manter um comportamento de presidente da República: altivo, sereno, sabedor de que o ódio que eles têm de mim não é por roubo. Eles sabem que não roubo”, afirmou. Para Lula, os adversários têm “ódio” dele porque pela primeira vez o pobre brasileiro levantou a cabeça.


 


Lula também responsabilizou seus adversários no Congresso Nacional pela demora na tramitação de alguns projetos como o Fundeb – que deve trazer cerca de R$ 5 bilhões a mais principalmente para o ensino fundamental – e a Lei da Pequena e Microempresa. “Eles não foram aprovados porque acharam que isso iria me beneficiar na eleição, mas isso prejudica a população e os pequenos empresários”, disse.


 


Lula veio a Curitiba acompanhado de vários membros de seu primeiro escalão, entre eles os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci. No palanque montado na Boca Maldita estiveram presentes integrantes do PT e do PMDB. Entre as lideranças políticas do estado encontravam-se o coordenador da campanha de Lula no Paraná, Jorge Samek (PT), o presidente do diretório estadual do PT, deputado André Vargas, Gleisi Hoffmann (PT), que foi candidata ao Senado, o secretário-geral do PMDB estadual, Luiz Cláudio Romanelli, o chefe da Casa Civil do estado, Rafael Iatauro, além do ex-governador Paulo Pimentel.


 


Terminado o comício por volta das 12h45, Lula cumprimentou o público por cerca de dez minutos na Rua Voluntários da Pátria e chegou a pegar um bebê no colo. Depois, viajou ao Rio Grande do Sul para participar de caminhadas em Alvorada (RS) e Canoas (RS). 


 


Rhodrigo Deda – Paraná-Online