Deputada comunista desafia tucanos a assumirem privatizações

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em discurso no plenário da Câmara, esta semana, comentou a polarização política do segundo turno das eleições presidenciais. Ela destacou “a tentativa do candidato da coligação PSDB/PFL de negar a estrutura progra

“Esses fatos concretos dizem respeito ao Brasil de Fernando Henrique, que tentou até mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax, mas que, com a reação do povo brasileiro, não conseguiu”, afirmou.


 


Jandira destacou a posição do tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros, que, em entrevista à revista Exame, “faz a defesa clara e aberta da privatização da Petrobrás pelo Governo Alckmin, sem falar de todo aquele conjunto de empresas possíveis de privatização ainda existentes tanto no plano federal quanto no estadual”.


 


Crime de lesa-pátria


 


Jandira relembrou que “os episódios mais nebulosos desta tentativa de crime de lesa-pátria foi a jogada milionária montada pelos tucanos-pefelistas para mudar o nome comercial da Petrobras para Petrobrax. Era o início formal do processo de privataria do maior patrimônio público brasileiro”.


 


Ela conta que “a mudança do nome, que custaria mais de R$ 50 milhões, foi anunciada no final de 2000 e abortada logo em seguida, diante dos intensos protestos da sociedade civil. Mesmo assim, foram pagos R$2,7 milhões para a agência de publicidade encarregada de fazer os estudos de implantação da nova marca. A natureza real destes gastos nunca foi explicada”, denuncia.


 


A deputada acusa ainda os tucanos de serem responsáveis pela “terceirização de setores vitais da empresa, a falta de contratações e de reqüalificação dos funcionários e os cortes em investimentos que ameaçaram perigosamente a capacidade técnica da Petrobras durante a gestão tucana”.


 


“O tucanato já havia criado as pré-condições jurídicas para privatizar a Petrobras, com o envio ao Congresso do emendão que permitiu a queda do monopólio estatal do petróleo”, disse ela ainda.


 


Subjugação do Brasil


 


Jandira também criticou o candidato Alckmin, “que defende novamente o eixo Brasil/Estados Unidos e a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), ou seja, a subjugação do Brasil como colônia do governo norte-americano diante do seu poderio econômico e armamentista, inclusive no campo da propriedade intelectual e em compras governamentais”.


 


A deputada desafiou o candidato Alckmin “a assumir a defesa aberta e clara do seu eixo de política externa, a retomada prioritária da submissão ao governo norte-americano”. Ao mesmo tempo, elogiou o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores e o Governo Lula, “pela visão progressista, avançada e soberana da política externa.


 


“É uma política de rearticulação do Brasil com o sul do Continente, com o Pacto Andino, com a Ásia e com o Oriente Médio, sem perder o comércio com as grandes potências, mas sem se submeter às suas decisões e desejos”, ressaltou.


 


E enfatizou: “Temos comércio com os Estados Unidos e a Europa inteira. Não perdemos isso. Ao contrário, continuamos a fazer comércio internacional, mas soberanamente, comandando a resistência ao processo de colonização juntamente com outros países, que hoje, mais do que nunca, precisam do Brasil para estabelecer essa política de resistência”.


 


De Brasília
Márcia Xavier