Fidel presenteia jovem que não pôde receber prêmio da ONU

O presidente de Cuba, Fidel Castro, enviou nesta semana uma câmera fotográfica digital ao jovem de seu país que não pôde receber um aparelho similar após ganhar um concurso promovido pela ONU, em virtude do bloqueio econômico promovido pelos Estados Unido


Raysel Sosa Rojas, de 13 anos, foi um dos vencedores do 15º Concurso Internacional Infantil sobre o Meio Ambiente, realizado na Argélia, em junho, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). No entanto, o jovem cubano não recebeu a câmera da empresa japonesa Nikon, como os outros dois agraciados de outros países.



Um representante da companhia japonesa argumentou que não podia entregar o prêmio ao jovem porque a câmera continha componentes fabricados nos Estados Unidos, condição que caracterizaria uma transgressão às leis do bloqueio econômico, financeiro e comercial mantido contra Cuba desde o início dos anos 60.



O jornal cubano “Juventud Rebelde” informou nesta quinta-feira (26/10) que Fidel enviou no início da semana uma câmera ao jovem, por meio do vice-ministro da Saúde cubano, Roberto González.



Antes da entrega do presente, o jovem, seus colegas de escola e vizinhos ouviram um discurso feito por um funcionário do Ministério das Relações Exteriores de Cuba sobre a política dos EUA contra a ilha e o bloqueio. O mesmo jornal informa que Raysel havia recebido mais de 1.200 mensagens de solidariedade e 80 propostas para ganhar uma câmera de diferentes pontos do mundo.



Repercussão
Jorge Gonzalez, professor da oficina de artes em que Raysel estuda, destacou a atitude do presidente cubano. “Hoje foi feita justiça e ela veio das mãos do homem mais justo do mundo”, afirmou.



Raysel, por sua vez, agradeceu bastante e disse esperar que Fidel se recupere logo “para, quem sabe, agradecê-lo pessoalmente”.



Em todo o mundo, milhares de pessoas manifestaram sua indignação em relação à posição da empresa japonesa. A maioria das mensagens criticava o comportamento extremamente servil da Nikon aos interesses norte-americanos, apesar de seus produtos já estarem difundidos em centenas de países.