Mídia latino-americana faz apostas para o 2º mandato de Lula

Temas como comércio, política externa e o novo mapa político do Brasil foram alguns dos pontos de vista que serviram para especulações de jornalistas de toda a América Latina.

Na Agência Prensa Latina, de Cuba, uma das reportagens sobre a eleição no Brasil destaca o número de governadores eleitos ou reeleitos que está ao lado do presidente reeleito. “Lula contará com uma correlação de forças positiva, já que 16 dos 27 governadores estarão ao seu lado”, diz o texto, lembrando que Lula “manifestou a intenção de dialogar e manter boas relações com os outros 11 governadores”.

No argentino La Nación, uma de suas reportagens se destaca pelo título inusitado: “O presidente que recuperou o humor”. O texto aborda o lado carismático de Lula, conhecido por gostar de prazeres simples, típicos dos brasileiros, como o futebol, viagens à praia e a rica culinária do país. “Mas quando surgiram os primeiros escândalos de seu governo, ele perdeu o humor. Só há poucos meses, com a recuperação de sua popularidade, voltou a mostrar afável e carismático”, descreve o jornal, prevendo que o humor de Lula continuará em alta pelos próximos meses.

A Agência Telesul, em um de seus textos, aborda o trecho do discurso de Lula em que ele se refere ao Mercosul. A reportagem fala em “consolidação da economia da região”, baseada “no impulso pelo qual o bloco deve  passar nos próximos anos”. O recente acordo com a Bolívia é citado como exemplo de “responsabilidade para ajudar os países mais pobres” do continente.

Opção pelos pobres
No colombiano El Tiempo, a reeleição de Lula foi definida como um resultado da opção feita pelo governo de investir nos pobres. Em tom crítico, a reportagem destacou um trecho da fala do presidente, na qual é apontada a solução dos problemas do país: “A solução está no crescimento da economia e na continuação da distribuição da riqueza”.

O La Jornada, do México, além de definir como “arrasadora” a vitória de Lula, também deu destaque para o forte caráter social da eleição. O jornal cita trechos da brasileira Agência Carta Maior para sustentar a idéia de que “a inclusão social foi a principal causa de vitória”.