Lula começa discussão de alianças para 2o governo

A pauta de atividades do presidente Lula, nesta terça-feira (31), demonstra que ele já deu início a formação das alianças para garantir a governabildiade do segundo mandato. Lula recebeu, para almoço, o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Cam

Neste início de governo, existe preocupação do Presidente Lula em fazer a reforma política, com a aprovação de pelo menos três propostas: financiamento público de campanha, fidelidade partidária e instituição das listas feitas pelos próprios partidos para as eleições à Câmara. Têm a mesma prioridade as propostas de mudança na forma de fazer o orçamento, para tentar reduzir as fraudes e a corrupção.


 


Segundo analistas políticos, Lula chamará também para participar de seu governo outros partidos que possam apoiá-lo no Congresso, a exemplo de PP, PDT e PTB. O PT perderá espaço no governo, mas deve manter ministérios importantes. Os ministros que devem são Tarso Genro (Relações Institucionais), Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Marinho (Trabalho).


 


Lula também deve procurar personalidades sem partido, com alta representatividade, para ocupar cargos no primeiro escalão. Um dos nomes cogitados é do cardiologista Adib Jatene, ex-ministro da Saúde. Um segundo exemplo citado pelo próprio Lula é o do atual ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que, embore trabalhe com a possibilidade de sair do ministério, deve receber convite de Lula para ficar.


 


Contato com a oposição


 


O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse, em entrevista à Agência Estado, que “o presidente trabalha com um projeto de coalizão, diálogo com as oposições e conceito de um novo governo, melhor, mais forte, apoiado no Parlamento e com mais representatividade da sociedade civil”.


 


A intenção do Presidente Lula é chamar para o diálogo integrantes da oposição, como os tucanos ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador eleito de São Paulo, José Serra; e os pefelistas senador Marco Maciel (PE) e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo.


 


O ministro acredita em entendimento e no diálogo com FHC. “As evidências indicam que sim. Podemos ter divergências ideológicas, programáticas e até uma visão diferente da globalização”, afirma Tarso, acrescentando que “é uma pessoa de responsabilidade. Governou o País dentro das instituições democráticas. Não temos dúvida de que um diálogo é possível e necessário para o País, em cima de pontos concretos, sem transigências programáticas, ideológicas e de princípios.”


 


Em busca da coalizão


 


Para buscar a coalizão, o Presidente Lula deve montar um programa mínimo com todos os partidos que se dispuserem a fazer parte da base de apoio do governo no Congresso. Mas Lula quer que o partido haja como um todo, sem divisão.


 


“Significa que a crise em um ministério não vai representar uma crise no governo, e sim uma crise na relação de um partido com o governo”, explicou Tarso. “O partido não poderá funcionar dividido. Não é democrático participar de um ministério e ficar dividido no Congresso, de forma a acionar uma guilhotina a cada momento.”


 


Nesse novo governo, o PT, como os outros partidos da base, terá espaço do tamanho da representação no Congresso. Genro explica que “o PT vai ter de sofrer profunda transformação para acompanhar a evolução positiva que teve o governo Lula e sua abertura para um novo tipo de projeto democrático.”


 


Com agências