Ponte cai em Araguaína

A queda de uma ponte e a morte de uma mulher ao fazer laqueadura são os destaques de hoje no Tocantins. Na política, a prestação de contas dos candidatos ao TRE. Veja a resenha feita por Carlos Pompe

Jornal do Tocantins


CPI da Saúde O envolvimento da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) no suposto esquema de fraudes, ocorrido nos convênios celebrados pela secretaria estadual da Saúde (Sesau) em gestões passadas, deu um novo rumo às investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito  da Saúde. Carlos Alberto Zandonar, que foi coordenador de Finanças da Sesau, deverá depor hoje na CPI. Também está prevista a presença de Maurício Barale Ribeiro, que foi secretário de Saúde do município de Dois Irmãos.


 


Assembléia terá Parlamento Jovem Amanhã será implantado o Parlamento Jovem na Assembléia Legislativa. O projeto tem por finalidade possibilitar aos alunos de ensino médio – de escolas particulares e públicas – a vivência do processo democrático, através da participação em uma jornada parlamentar na Assembléia, com diplomação, posse e exercício do mandato.


 


De olho no futuro No Tocantins, os tucanos andam sumidos e, por isso, pouco se sabe dos planos da sigla para as próximas eleições. Uma coisa é certa: o partido precisa trabalhar (ou retrabalhar, se for o caso) uma liderança, para voltar a seus bons tempos no Estado.


 


Candidato em Gurupi Laurez Moreira, ainda no PFL, nunca escondeu sua pretensão em ser prefeito de Gurupi, mesmo dizendo que agora quer se dedicar ao mandato em Brasília. O clima entre Laurez e a senadora eleita Kátia Abreu (PFL) não anda dos melhores e todo mundo sabe que a região Sul do Estado é onde Kátia transita livremente pela boa base eleitoral e bom relacionamento com prefeitos.


 


Candidata em Gurupi Quem deve aproveitar o prestígio de Kátia Abreu naquela região para somar ao próprio desempenho nas eleições estaduais é a deputada estadual Josi Nunes (PMDB). Ela e Kátia andaram conversando.


 


Reclamações no Procon De janeiro a agosto deste ano, o Procon no Tocantins registrou 14.813 demandas – desde simples consulta a reclamações contra empresas. Hoje será apresentado o Cadastro Estadual de Reclamações Fundamentadas. Houve crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. A reclamação fundamentada é aquela em que é gerado o processo administrativo. Neste ano são mais de duas mil reclamações, a maioria no setor de telefonia.


 


Mais de 12 mil alunos reavaliados O Ministério da Educação irá reavaliar 12.874 estudantes tocantinenses somente da 8ª série do Ensino Fundamental de 119 municípios, por meio do Prova Brasil. Os gabaritos das provas aplicadas em novembro de 2005 foram danificados pela umidade. O Prova Brasil avalia conhecimentos, habilidades e competências em Língua Portuguesa e Matemática, dispostos nas Matrizes de Referência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Das provas aplicadas em 2005, para a 4ª série do ensino fundamental, o Tocantins teve desempenhos expressivos, como o primeiro lugar nas avaliações de Língua Portuguesa, média 173,6, e Matemática, média 177,3. A média da região Norte do País foi de 166,9 e 172,2, para Língua Portuguesa e Matemática, respectivamente. A expectativa é que o resultado também seja positivo com os estudantes da 8ª série.


 


Mulher morre ao fazer laqueadura Quatro meses depois de ter o último de seus três filhos, Marcilete Pereira Cavalcante, de 20 anos, foi internada na última sexta-feira, no Hospital Municipal de Piraquê para fazer laqueadura de trompas. Morreu no mesmo dia de parada cardiorrespiratória, em conseqüência de um enfarto agudo do miocárdio. O hospital não está credenciado para realizar esse tipo de cirurgia.


 


Ponte cai em Araguaína Depois de uma forte chuva que caiu na manhã de ontem, em Araguaína, na região Norte do Estado, a Ponte do Córrego Canindé, que interliga a região Central a um dos principais bairros da cidade, o Setor Brasil, não resistiu à força da enxurrada e caiu, deixando um buraco com cerca de dez metros de extensão e quatro metros de profundidade.



clebertoledo.com.br


Prestação de contas no TRE Dos 440 candidatos que concorreram às eleições de 1º  de outubro no Tocantins, 206  apresentaram a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral dentro do prazo, que se encerrou dia 31 de outubro. Dos vinte e quatro comitês financeiros de partidos políticos, apenas nove entregaram a sua prestação de contas. O Tribunal continuará recebendo a prestação de contas dos candidatos que ainda se encontram inadimplentes. O candidato que não o fizer ficará impedido de receber a sua certidão de quitação eleitoral. Já os candidatos eleitos em débito com a Justiça Eleitoral ficarão impedidos de ser diplomados pelo tribunal.



Coleção de Lily Marinho em Palmas No hall do Palácio Araguaia, em Palmas, desta sexta-feira até o dia 10 de janeiro, 60 obras dos maiores artistas plásticos brasileiros poderão ser vistas na exposição “A arte brasileira na coleção de Lily Marinho – Séculos XIX e XX”. As obras do acervo já chegaram a Palmas.


 


Revista Época


O outono dos coronéis?

Ronald Freitas, da Revista Época

A família Sarney sempre fez questão de se confundir com o Maranhão. O ex-presidente José Sarney dá nome à ponte mais importante de São Luís, a duas ruas e a uma cidade inteira. O prédio do Tribunal de Justiça leva o nome do desembargador Sarney de Araújo Costa, pai do ex-presidente. O do Tribunal de Contas do Estado chama-se governadora Roseana Sarney. A onipresença era a melhor tradução do poder que a família exerceu no Estado desde 1965, quando Sarney se tornou governador, apoiou a ditadura militar nascente e transformou-se no grande eleitor de todos os políticos que o sucederam no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense. Na semana passada, essa tradição de poder foi rompida. O velho rival Jackson Lago (PDT) derrotou Roseana Sarney (PFL) na disputa pelo governo do Maranhão.



A derrota do clã Sarney não foi um fato isolado. As urnas impuseram perdas semelhantes a velhos caciques políticos do Norte e Nordeste. A exemplo de Sarney, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) dava as cartas na política da Bahia desde a ditadura militar. Nestas eleições, o governador Paulo Souto (PFL), seguidor político de ACM, foi derrotado logo no primeiro turno por Jaques Wagner, do PT. No Tocantins, o ex-governador Siqueira Campos (PSDB), criador do Estado, sofreu dupla derrota. Foi vencido pelo sucessor Marcelo Miranda (PMDB) na disputa do governo e viu o filho Eduardo perder a disputa pela vaga de senador para a deputada Kátia Abreu (PFL).


Maior responsável pela vitória de Miranda em 2002, Siqueira Campos tinha indicado 19 dos 22 secretários do sucessor. Tal era seu poder de mando que, mesmo fora do governo estadual, nas solenidades públicas mais importantes, Siqueira Campos discursava sempre por último, uma prerrogativa do chefe do Poder Executivo. No começo de 2005, durante uma visita de Sarney a Palmas, a capital do Tocantins, Siqueira Campos condecorou oficialmente o ex-presidente. No Diário Oficial, a outorga da comenda foi atribuída ao ex-governador – e não a Marcelo Miranda.


A derrota dessas oligarquias é um sinal de alguma modernização da vida política do Brasil, pelo simples fato de significar alternância de poder. Ao longo das últimas eleições, práticas antigas como o voto de cabresto e o coronelismo têm perdido força com a profissionalização do trabalhador rural, o acesso à educação e à cultura pela televisão e pela internet, mesmo nos rincões mais afastados do país. “A urna eletrônica, que dificulta as fraudes, e a democratização da informação foram determinantes na diminuição da força dos caciques”, diz Ricardo Caldas, professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília. “Não dá para afirmar que as oligarquias chegaram ao fim, mas o poder absoluto de um grupo político sobre os demais acabou.”


O caráter impessoal dos programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, também minou o poder das oligarquias. Antes, a distribuição de benesses aos eleitores – como cestas básicas, dentaduras e material de construção – estava condicionada à boa vontade dos chefes políticos. Hoje, o dinheiro é depositado na conta do cidadão no dia marcado, sem a intermediação de um cacique político. Não foi por acaso que o PT foi o maior beneficiário das derrotas de algumas oligarquias do Norte e Nordeste, onde o partido elegeu cinco governadores – contra apenas dois em 2002. O PFL, que concentrava as oligarquias, foi varrido dos governos estaduais na região.


Mas seria precipitado afirmar que esses resultados significam a emancipação do eleitor brasileiro e o fim dos caciques na política nacional. As forças políticas tradicionais têm mostrado uma capacidade de se rearticular e de buscar novos métodos de alcançar o poder. Uma prática brasileira recorrente tem sido, ao fim de uma dinastia local, o surgimento de outra, mais eficiente no uso dos instrumentos do poder. Nos anos 60, Sarney se elegeu pela primeira vez governador do Maranhão como alternativa ao domínio do cacique Vitorino Freire. “O que está acontecendo, em muitos Estados, é a simples chegada de uma nova geração ao poder, sem que os métodos políticos tenham sofrido uma mudança substancial”, diz a cientista política Lúcia Hippolito.


A vitória de Miranda, no Tocantins, é um bom exemplo de que os velhos métodos podem persistir. Miranda destronou o clã Siqueira Campos, em parte, por causa da distribuição de 23 mil cargos no governo estadual, mil a mais de que o presidente Lula dispõe no governo federal para satisfazer o apetite dos aliados. Outro exemplo é o Maranhão. O atual governador, José Reinaldo Tavares (PSB), rompeu com o clã Sarney por causa das diferenças da ex-mulher Alexandra com Roseana. José Reinaldo era tratado por Sarney como filho. Nesta campanha, não se furtou a usar a máquina estadual para se vingar do ex-padrinho e favorecer Jackson Lago, na disputa contra Roseana. Quando uma prefeita de uma cidade do interior do Maranhão anunciou apoio a Roseana, a reação de José Reinaldo foi demitir 48 funcionários indicados pela prefeita. Como um velho coronel.