Direita perdeu também os referendos nos EUA

Por Camille Bauer, no L'Humanité*
Os 205 referendos locaus realizados em 37 estados nesta terça-feira (7) também trouxeram uma coleção de más notícias para os conservadores dos EUA. Os eleitores de Dakota do Sul infligiram-lhes a mais cruel de

O legislativo desse estado tradicionalista do centro-norte do país tinha aprovado a lei, promulgada a seguir pelo governador, em março. O objetivo era iniciar uma batalha judicial que chegaria até a Corte Suprema. Os lobbies cristãos esperavam que esta instância, onde novos juizes conservadores foram colocados pelo presidente Bush, aproveitaria a ocasião para por em xeque a legislação de aborto aprovada em 1973. O campo dos “pró-vida” pretendia relançar o processo judiciário estimulando outros estados a adotar legislações similares a que foi rejeitada em Dakota.



União gay desafia Bush



Os americanos também decepcionaram a direita conservadora no que diz respeito ao casamento homossexual. Pela primeira vez desde que começaram os referendos sobre esse tema, um estado, o Arizona, recusou-se a proibir as uniões de pessoas do mesmo sexo.



Sete outros estados adotaram legislações sobre o tema, elevando para 27 o número de estados que proibem os casamentos homossexuais. As margens de vantagem porém, foram bem mais apertadas que antes.



O voto do Missouri em favor da pesquisa com células-tronco foi outro desafio a Bush. Em julho último o presidente empregara pela primeira vez seu direito de veto sobre o tema.



No Arizona, leis anti-imigrantes



Seis estados aprovaram igualmente aumentos do salário mínimo por hora, atualmente no valor de US$ 5,15. E 28 estados fixaram salários mínimos mais elevados que o da federação.



Os eleitores de seis estados votaram ainda medidas restringindo o direito do governo a dispor das terras de particulares para implantar projetos privados.



Em contrapartida, o Michigan proibiu a discriminação positiva (sistema de cotas) e o Arizona aprovou quatro medidas de conteúdo anti-imigrantes, como o estabelecimento do inglês como língua oficial do estado. Os referendos sobre o consumo de maconha em pequena quantidade ou por razões médicas também tiveram resultado negativo, em três estados.