Para favorecer PT, Wagner vê “risco” na reeleição de Aldo

Em declarações ao jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine, o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT) ponderou que a proposta de reeleição do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) comporta “algum risco e perigo”. As decla

Veja abaixo a entrevista na forma como foi publicada no Terra Magazine:


Governador. Como estão as negociações em relação à disputa pelas presidências da Câmara e do Senado? O PT reivindicará a presidência da Câmara?
Jacques Wagner: Primeiro, digo que não estou participando das negociações, não estou na Câmara, então falo sem o termômetro da Casa. Noto que há movimentos pela reeleição tanto na Câmara quanto no Senado…


 


…e isso é bom ou ruim?
Não se trata de ser bom ou ruim, mas de analisarmos todo o quadro, que no Senado parece ser de menor disputa…


 


E qual é a sua análise em relação à Câmara?
O Aldo teve uma grande atuação, ele e o presidente se respeitam, ele é de um partido da base aliada…


 


…mas…há aí um “mas”, não há?
Não se trata de um “mas”. O Aldo, exatamente por seus méritos, por sua atuação correta, pode significar algum risco maior…


 


Como?
Não estou lá, repito, estou sem termômetro, mas uma atuação correta, sem concessões que não devem mesmo ser feitas, e ele agiu assim, costuma criar arestas, trazer problemas numa casa como a Câmara.


 


E então?
Então essa é uma análise que terá que ser feita com muito cuidado, muito cálculo. Não podemos correr o risco de repetir…


 


…a divisão, o erro que levou à eleição de Severino Cavalcanti?
Esse é um perigo que temos que afastar, não podemos correr esse risco. É preciso avaliar qual é o humor em relação à presidência da Câmara, se a atuação meritória deixou seqüelas ou não…temos que analisar, por exemplo, que mais de 40% da casa foi renovada, e no que isso implica…


 


Alternativas. Qual seria uma delas?
A depender da análise sobre a posição do Aldo, hoje, num colégio de 513 eleitores, há que se decidir se o risco não seria menor se o candidato fosse do PT, por exemplo, que tem uma bancada muito maior que a do PCdoB, o que já dá uma largada com mais folga. Com mais trânsito. Mas, repito, essa é só uma alternativa, que só nasceria para o caso do risco na reeleição ser grande.


 


Outra questão. Área econômica.
Repito minha tese desde o Palocci: isso quem sente o que quer ou não quer é só uma pessoa, o presidente. Ele é quem tem os instrumentos, além do poder de decidir, para a avaliação. Pelo que vejo, e não conversei com ele nesses dias, é possível que converse nos próximos, ele não pensa em grandes alterações nessa área. O presidente já fez suas exigências, quer respostas e já sabe onde estão os gargalos, quer mexidas no que está travando e, nesse caso sim, a depender das respostas ele pode decidir mexer.


 
Fonte: Terra Magazine