Estado propõe pagar aluguel para sem-teto ficarem em prédio da docas

Após audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj no dia 14, a Companhia Docas do Estado do Rio de Janeiro se comprometeu a analisar uma proposta de aluguel de um dos seus prédios, na Zona Portuária, ocupado por sem-teto no di

O documento será elaborado pelo Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), com o auxílio da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. O Iterj defende o uso do local como moradia provisória das 100 famílias sem-teto, até que ocorra o seu assentamento, garantido pelo Ministério das Cidades.


“Conforme sugerido pelo superintendente jurídico da Companhia Docas, Dorismar Couto, na última reunião com a empresa, pedimos ao governo do estado a liberação de R$ 4 mil mensais para o pagamento do aluguel do local, durante doze meses”, explicou a presidente do Iterj, Celia Ravera. Segundo ela, o governo do estado aprovou a liberação dos recursos.


O representante da Companhia Docas, Dorismar Couto, se comprometeu a não cumprir a determinação até a próxima terça-feira (21/11), data definida na audiência como prazo final para que o Iterj envie a proposta de aluguel do prédio. A empresa, então, terá 48 horas para responder positivamente ou negativamente. Caso não haja acordo, as partes irão se reunir novamente na Alerj, no próximo dia 28.


A ocupação do prédio da Companhia Docas foi chamada pelos sem-teto de Quilombo das Guerreiras. “O nosso grupo nasceu da união pela moradia. Muitos moram na rua ou são trabalhadores informais no Centro da cidade e não têm dinheiro para pagar passagem até onde moram os parentes. Acreditamos que todos os prédios vazios e ociosos, especialmente os públicos, devem ser destinados à população carente”, explica a ocupante Cida Barbosa. Suzana Oliveira, de 21 anos, contou que foi despejada de onde morava depois de perder o emprego de caixa de supermercado, quando não conseguiu mais pagar o aluguel. Hoje, ela é uma das ocupantes e está grávida de seis meses. “Espero conquistar um lugar digno para morar até o meu filho nascer. Quero que ele tenha o que eu não tive: moradia e educação”, disse Suzana.


Fonte: Alerj