Mercosul se reúne em Belo Horizonte para discutir educação

O Brasil sedia o 3º Fórum Educacional do Mercosul, de terça a quinta-feira próximas, 21 a 23, em Belo Horizonte, onde representantes de governos, organizações não-governamentais e da sociedade civil dos países do bloco discutirão a educação com perspectiv

A presidência pro-tempore do Mercosul, desde julho até dezembro próximo, é exercida pelo governo brasileiro. Neste período, a meta brasileira é intensificar a integração, aprofundar a cooperação educacional entre os países do bloco e estreitar as relações entre governo e a sociedade civil.



O fórum será aberto pelo secretário executivo adjunto do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro. “O objetivo é estreitar relações governamentais e da sociedade civil para fortalecer a integração da região”, observa o secretário.



A seu ver, o bloco dos países do Cone Sul precisa ser uma parceria de sociedade. “O Mercosul precisa ser mais do que um acordo de governo, pois enfrentamos problemas comuns, ainda que em proporções distintas”, alerta. ”A reunião é importante para promover essa convergência e fortalecer a integração também educacional”, diz.



Integração
Desta vez, o evento discutirá temas como inclusão, financiamento, integração, aprendizagem e trabalhadores. O primeiro fórum foi realizado em Buenos Aires, com o tema Por uma Região com Eqüidade e Inclusão. No ano passado, ocorreu em Assunção, onde se debateram políticas e estratégias para prevenção do fracasso escolar.



Cerca de 500 pessoas participam do fórum, em Belo Horizonte. Na terça-feira, 21, cada comissão nacional apresentará a situação da educação em seus países. Na quarta-feira, 22, no Auditório da Reitoria da UFMG, representantes de entidades sociais de todos os países se reunirão em cinco diferentes grupos de trabalho para discutir propostas a respeito dos temas-eixos do fórum. E na quinta-feira, 23, cada grupo de trabalho apresentará a síntese de suas discussões. À noite, os ministros da Educação dos países do Mercosul assinarão a Carta de Belo Horizonte, no Conservatório da UFMG.



Do Brasil, além de dirigentes do MEC e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estarão presentes representantes da Fundação Getúlio Vargas, Fundação Abrinq, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Campanha Nacional pelo Direito à Educação/Ação Educativa, União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Secretaria Nacional dos Professores de Espanhol, universidades e fóruns estaduais e municipais de direitos da criança e do adolescente, além de secretários de Educação, prefeitos e parlamentares.



Ministros
Paralelamente, serão realizadas as reuniões de ministros da Educação dos países do bloco, no dia 24, e do Programa para a Coesão Social na América Latina (EuroSocial), ligado à União Européia e à Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), cujos dirigentes discutirão – no Hotel Quality – experiências em educação nas prisões.



E ainda serão realizadas uma reunião do Comitê Coordenador Regional (integrado por assessores internacionais dos ministérios de Educação do bloco), no Conservatório da UFMG; a Jornada da Educação Profissional e Tecnológica do Mercosul, no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/MG); o Fórum de Educação Superior no Mercosul: Desafios e Expectativas; e a 1ª Feira de Ciências da Educação Básica, ambos na UFMG.



A mobilização do fórum é feita por um comitê nacional, composto por organizações não-governamentais, estudantis, sindicais, empresariais e de autoridades educacionais municipais e estaduais do Brasil. O MEC é o organizador, com apoio da prefeitura de Belo Horizonte e da UFMG.