Brasil, Rússia, Índia e China debatem agenda emergente

O I Seminário BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China: Oportunidades e Desafios, que ocorre nesta terça-feira (28), na Câmara dos Deputados, vai debater a agenda emergente examinada pelos quatro países, decorrente da diversificação de interesses comerciai

De acordo com os organizadores, o termo BRIC, criado em 2001 pelo analista de mercado Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, sintetiza a expectativa criada em torno desses países. Segundo ele, esses países são,considerados a base de apoio da expansão da economia mundial.  Brasil, Rússia, Índia e China têm sido apontados, nos últimos cinco anos, como os prováveis candidatos a crescer de forma vigorosa, juntando-se ao clube dos países desenvolvidos nas próximas décadas. 


 


''O Brasil tem-se movimentado de forma agressiva para construir, com China, Índia e Rússia, um relacionamento mais próximo. Para acompanhar o crescimento desses novos parceiros ou, dependendo do mercado, competidores'', afirma o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, promotor do evento.


 


Estão previstas para a abertura do seminário as presenças do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP); do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; e dos embaixadores da República Popular da China, Chen Duqing; da Índia, Hardeep Singh Puri; da Rússia, Vladimir Tyurdenev; e da embaixadora da República da África do Sul, Lindiwe Zulu.


 


Crescimento mundial


 


O primeiro painel do evento – Os BRIC e sua importância para o desenvolvimento econômico e mundial – discutirá o crescimento das novas economias regionais e seus desdobramentos para a economia global.


 


Estará em debate a migração de um modelo em que o consumo norte-americano vem sendo o motor da economia para uma nova situação, em que o aumento da demanda interna de países como os BRIC e a África do Sul servirão de estímulo ao comércio regional e ao crescimento global.


 


Também são temas do primeiro paineil o acesso a financiamento, a estrutura do mercado interno, as políticas públicas e o marco jurídico e institucional que governa as regras do processo produtivo e da abertura ao mercado externo de cada país.


 


Estratégias de cada um


 


No segundo painel, o tema Estratégias nacionais de desenvolvimento dos BRIC irá detalhar algumas das decisões cruciais de política econômica tomadas por cada país, especialmente as prioridades dadas à gestão dos fundamentos fiscais e monetários. Também serão analisadas as políticas de fomento construídas para a indústria, a agricultura e os serviços internacionalmente comercializáveis.


 


Serão debatidas também políticas para educação, cultura, ciência e tecnologia postas em prática, assim como o processo de inclusão social conduzido por cada um dos países. Essa discussão pretende apontar alguns dos elementos que viabilizaram as altas taxas de crescimento dos BRIC e sugerir soluções que possam ser replicadas no Brasil.


 


Intercâmbio entre os países


 


O terceiro painel, Estado atual, obstáculos e possibilidades das relações econômicas entre Brasil e Rússia, China e Índia, vai examinar algumas das iniciativas de política externa, de intercâmbio comercial e de investimentos entre esses países. Será discutida a movimentação diplomática brasileira no sentido de consolidar uma agenda de interesses comuns com esses países e com a África do Sul.


 


Fóruns de discussão, entendimentos bilaterais e formação de blocos para coordenar a atuação em organismos multilaterais são também assuntos deste terceiro painel.


 


Linhas de trabalho


 


O I Seminário BRIC marca o compromisso da Câmara com a construção de duas linhas de trabalho para consolidar sua relação com os países do BRIC e com a África do Sul.


 


Uma destas linhas está voltada ao aprofundamento do tema, com análises das políticas setoriais dos demais países e das oportunidades e desafios que o Brasil enfrentará em áreas como o mercado agropecuário, a indústria, o mercado de software e de conhecimento, as atividades de ciência e tecnologia, a inclusão social da população e a proteção ao meio ambiente.


 


A outra linha de trabalho consiste no estabelecimento de fóruns de discussão parlamentar com os demais países, buscando aprofundar um conhecimento da organização social e civil de cada um destes e mapear as oportunidades de colaboração que poderão ser conduzidas.


 


Fonte: Agência Câmara