Brasil, Rússia, Índia e China debatem agenda emergente
O I Seminário BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China: Oportunidades e Desafios, que ocorre nesta terça-feira (28), na Câmara dos Deputados, vai debater a agenda emergente examinada pelos quatro países, decorrente da diversificação de interesses comerciai
Publicado 27/11/2006 19:19
De acordo com os organizadores, o termo BRIC, criado em 2001 pelo analista de mercado Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, sintetiza a expectativa criada em torno desses países. Segundo ele, esses países são,considerados a base de apoio da expansão da economia mundial. Brasil, Rússia, Índia e China têm sido apontados, nos últimos cinco anos, como os prováveis candidatos a crescer de forma vigorosa, juntando-se ao clube dos países desenvolvidos nas próximas décadas.
''O Brasil tem-se movimentado de forma agressiva para construir, com China, Índia e Rússia, um relacionamento mais próximo. Para acompanhar o crescimento desses novos parceiros ou, dependendo do mercado, competidores'', afirma o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, promotor do evento.
Estão previstas para a abertura do seminário as presenças do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP); do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; e dos embaixadores da República Popular da China, Chen Duqing; da Índia, Hardeep Singh Puri; da Rússia, Vladimir Tyurdenev; e da embaixadora da República da África do Sul, Lindiwe Zulu.
Crescimento mundial
O primeiro painel do evento – Os BRIC e sua importância para o desenvolvimento econômico e mundial – discutirá o crescimento das novas economias regionais e seus desdobramentos para a economia global.
Estará em debate a migração de um modelo em que o consumo norte-americano vem sendo o motor da economia para uma nova situação, em que o aumento da demanda interna de países como os BRIC e a África do Sul servirão de estímulo ao comércio regional e ao crescimento global.
Também são temas do primeiro paineil o acesso a financiamento, a estrutura do mercado interno, as políticas públicas e o marco jurídico e institucional que governa as regras do processo produtivo e da abertura ao mercado externo de cada país.
Estratégias de cada um
No segundo painel, o tema Estratégias nacionais de desenvolvimento dos BRIC irá detalhar algumas das decisões cruciais de política econômica tomadas por cada país, especialmente as prioridades dadas à gestão dos fundamentos fiscais e monetários. Também serão analisadas as políticas de fomento construídas para a indústria, a agricultura e os serviços internacionalmente comercializáveis.
Serão debatidas também políticas para educação, cultura, ciência e tecnologia postas em prática, assim como o processo de inclusão social conduzido por cada um dos países. Essa discussão pretende apontar alguns dos elementos que viabilizaram as altas taxas de crescimento dos BRIC e sugerir soluções que possam ser replicadas no Brasil.
Intercâmbio entre os países
O terceiro painel, Estado atual, obstáculos e possibilidades das relações econômicas entre Brasil e Rússia, China e Índia, vai examinar algumas das iniciativas de política externa, de intercâmbio comercial e de investimentos entre esses países. Será discutida a movimentação diplomática brasileira no sentido de consolidar uma agenda de interesses comuns com esses países e com a África do Sul.
Fóruns de discussão, entendimentos bilaterais e formação de blocos para coordenar a atuação em organismos multilaterais são também assuntos deste terceiro painel.
Linhas de trabalho
O I Seminário BRIC marca o compromisso da Câmara com a construção de duas linhas de trabalho para consolidar sua relação com os países do BRIC e com a África do Sul.
Uma destas linhas está voltada ao aprofundamento do tema, com análises das políticas setoriais dos demais países e das oportunidades e desafios que o Brasil enfrentará em áreas como o mercado agropecuário, a indústria, o mercado de software e de conhecimento, as atividades de ciência e tecnologia, a inclusão social da população e a proteção ao meio ambiente.
A outra linha de trabalho consiste no estabelecimento de fóruns de discussão parlamentar com os demais países, buscando aprofundar um conhecimento da organização social e civil de cada um destes e mapear as oportunidades de colaboração que poderão ser conduzidas.
Fonte: Agência Câmara