Política e negócios inspiram Brasil na Cúpula África-América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou ontem à noite para a Nigéria com objetivo de executar o projeto África, inspirado pelo Itamaraty, que prevê a ampliação dos negócios entre os 12 países da América do Sul e as 53 nações da União Africana. Es


O encontro foi concebido como um insrumento para unir os países da África e da América em torno de uma agenda de negócios. O Brasil tem um grande interesse, por exemplo, na exploração de petróleo e minério na região e está perdendo espaço para os chineses. O Objetivo agora é construir uma corrente de comércio entre as duas regiões de mais de US$ 50 bilhões em três anos. Além do Brasil, Argentina e Chile precisam de petróleo e gás africanos.


 


O presidente Lula e o chefe de Estado paraguaio, Nicanor Duarte, chegaram nesta quarta (29) a Abuja para participar da primeira cúpula entre a América do Sul e a África, que será realizada na quinta-feira.


 


Lula chegou por volta das 11h (8h, em Brasília) ao hotel onde ficará hospedado e onde serão realizadas as sessões. Com uma leve torção no pé, o presidente evitou os jornalistas. No hotel, o presidente precisou do auxílio de uma cadeira de rodas.


 


Nicanor Duarte viajou no mesmo avião de Lula, mas não estava com a comitiva brasileira na chegada ao hotel.



Lula, Duarte e o presidente do Equador, Alfredo Palacio, são os únicos líderes sul-americanos que chegaram até o momento a Abuja.


 


O presidente boliviano, Evo Morales, deverá ser o último líder sul-americano a chegar. Segundo fontes da sua delegação, a chegada do governante está programada para as 19h (16h, em Brasília).


 


Segundo a organização da cúpula, os presidentes do Suriname, Ronald Venetiaan, e da Guiana, Bharrat Jagdeo, também estarão presentes. Não foram divulgadas informações sobre quais os líderes africanos confirmaram presença na cúpula.


 


A primeira cúpula entre a América do Sul e a África foi convocada inicialmente para janeiro do ano passado, mas sua realização enfrentou vários problemas com datas, o que levou inclusive os organizadores a cogitarem a hipótese de transferi-la para 2007.


 


O próprio dia 30 de novembro foi um problema para alguns governantes latino-americanos que pretendem participar da posse do novo presidente do México, Felipe Calderón, no dia seguinte.


 


Diplomatas das duas regiões continuam negociando hoje os acordos conjuntos que serão assinados no término da cúpula e que consistirão fundamentalmente em uma declaração final e um plano de ação.


 


Ainda fica no ar a possibilidade de assinar uma declaração em favor de negociações entre Argentina e o Reino Unido sobre as Malvinas. O tema é sensível e alguns países pediram tempo para consultas em um nível superior.


 


O Brasil e a Venezuela são as nações latino-americanas mais interessadas em promover uma aproximação com a África. O governante venezuelano, Hugo Chávez, no entanto, não poderá comparecer à Cúpula de Abuja pela proximidade das eleições gerais de domingo.


 


Desde que chegou ao poder, Lula fez cinco viagens à África, nas quais visitou cerca de 20 países. O comércio entre Brasil e África duplicou desde 2003 e no ano passado fechou com uma troca comercial de US$ 12,6 bilhões.


 


Da redação,
com agências