Marina Silva aprova manifesto contra declaração de Lula
O jornal O Estado de S. Paulo divulgou matéria em sua edição de hoje informando que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teria aprovado em sua reunião ordinária de ontem (29) um document
Publicado 30/11/2006 16:37
'As recentes declarações do presidente qualificando o meio ambiente, os povos indígenas, os quilombolas, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União como entraves ao desenvolvimento do País causam-nos preocupação e indignação, pois sinalizam retrocesso na legislação e na garantia de direitos conquistados pela sociedade brasileira', diz o texto, aplaudido e assinado pelos conselheiros.
O presidente vem falando, desde o final das eleições, na necessidade de 'destravar' o País. No dia 21, em viagem a Mato Grosso, afirmou que dedicaria novembro e dezembro para resolver os 'entraves' para um crescimento mais intenso.
'Estamos vendo como uma tentativa de responsabilizar o Ministério do Meio Ambiente, colocá-lo como um obstáculo e enfraquecer a legislação', disse Sérgio Henrique Guimarães, do Instituto Centro de Vida, que representa as ONGs do Centro-Oeste no Conama. 'Se levanta a bola, sempre vai ter empresários irresponsáveis que tentam aproveitar. Essa moção é uma resposta política.'
Queixas
As reclamações de governadores, prefeitos e empresários sobre as dificuldades em terminar obras por causa da dificuldade de aprovação de pareceres ambientais são recorrentes e parecem ter chegado aos ouvidos do presidente.
Na noite de terça-feira, em discurso para empresários, ele disse que não queria criar um 'bode expiatório', pois os problemas são de várias áreas. Mas, em discursos e em conversas recentes, tem citado as dificuldades com a legislação ambiental, apesar de defender a ministra Marina Silva.
'A todos interessa o desenvolvimento do País. Entretanto, esse não pode simplesmente se restringir ao crescimento econômico', diz a nota, completando que o custo de tentar um desenvolvimento sem controle ambiental termina por trazer prejuízos maiores.
O Conama ressalta que, muitas vezes, os projetos não conseguem licença ambiental por conta de sua má qualidade, mas não esquece a notória falta de estrutura do poder público para atender à demanda.
'É importante evidenciar que a demora na emissão de licenças ambientais se deve primordialmente a fragilidades técnicas na qualidade dos projetos que, muitas vezes, não têm considerado suficientemente a complexidade dos impactos causados à natureza e às populações e, também, a deficiências estruturais na administração pública.' A moção será distribuída hoje pelo Conama.
Fonte: Agência Estado
Atenção: Leia a nota do Conama na qual o Conselho desmente a informação acima.